segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Um pé em cada canoa

Eu sou alemã. Está no sangue e embora eu já esteja tropicalizada há seis décadas eu ainda sou uma brasileira “meia-boca”. Não consigo negar o germânico que existe em mim. Nas mais corriqueiras atividades ou situações o ser alemão aparece contrapondo-se ao brasileiro. E eu só viví dos 0 aos 6 anos de idade na Alemanha!
Quer ver? No Brasil, quando você pede providências a alguém que tem obrigação de executá-las, ele invariavelmente responde “vou ver o que posso fazer”. O meu lado alemão me impele a questioná-lo mas o meu lado tropical, já treinado, imediatamente entra em ação, aceitando esperar.
Principalmente no convívio social e de trabalho um alemão diz o que pensa, mesmo contrariando seus interlocutores. O brasileiro sempre procura agradar disfarçando o que está pensando. O hilário é que eu até hoje não sei qual atitude prefiro.
Um alemão acata de pronto as leis que lhe são impostas, um brasileiro prefere aguardar uma fiscalização.
O brasileiro ama e apregoa o “jeitinho” em qualquer circunstância e ainda se orgulha disto. Vá tentar isto com alemães.
Depois dizem que eu sou brava...

3 comentários:

Santos Passos disse...

Brava?! Quem é brava?

Arquitetas disse...

Eu não te acho brava!
Quanto ao jeitinho brasileiro eu considero uma má qualidade também - não vejo nenhuma virtude em desrespeitar as regras, que só existem para facilitar o convívio social. Bjs!

Unknown disse...

Helga, eu sou uma profunda admiradora das duas culturas, em algumas coisas prefiro o brasileiro, em outras o alemão. O mais bacana é poder aprender o melhor de cada um, nascendo uma terceira cultura. E viva a globalização!!!