Noite estrelada

Estudantes da Virginia recriaram uma réplica do célebre quadro "Noite estrelada" de Van Gogh com 8.000 tampinhas de garrafa coloridas.

Não sei onde arranjaram tantas tampinhas mas causaram grande impacto nos seus professores e colegas ao apresentarem o quadro pela primeira vez,  tendo conseguido usar as cores e logos das tampinhas nos lugares certos, criando uma nova e interessante obra de arte.

Mapa-mundi da violência

Inspirada por matéria que vi na internet sobre guerras e conflitos no mundo, em que pesquisadores de Heidelberg na Alemanha afirmam que em 2011 houve o maior número de guerras desde 1945, incluindo os conflitos da Primavera Árabe, resolvi procurar um mapa com essas guerras.

Sou visual e gosto de ver tudo nos mapas e, embora neles não se tenha uma descrição exata do que está acontecendo, dá para ver sempre o local e a extensão dos conflitos.

Algumas googladas depois encontrei um site interessante que me forneceu o que procurava.

O mapa dá a possibilidade de ver as guerras e conflitos civis pelo mundo em  datas diferentes desde 2007 mas preferi observar 2011 e pude constatar que o número em extensão territorial mundial de regiões em conflitos é maior do que os países que estão em paz. É assustador. 

Os conflitos a que se refere incluem guerras, distúrbios armados ou guerras por drogas e nisto Brasil, México, etc. também estão inclusos, ataques terroristas, crime organizado, etc.

Há um ranking destes países todos que ilustra bem o que o mapa mostra.

O nome do site "Vision of Humanity" chega a parecer hipócrita pois sempre associa-se Humanidade com algo bom e neste mapa a humanidade mostra o seu verdadeiro rosto e seu lado cruel.

Dia enigmático

Hoje, há exatos 36 anos atrás, fiz o que todas as mulheres do mundo fazem vez ou outra: dei à luz o meu único filho.

Sempre nesta data lembro claramente a emoção e o medo que tomou conta de mim. Me achei tão importante que fiquei espantada que o mundo não parou, dava para ouvir o trânsito normal pelas janelas do hospital o que me decepcionou.

Eu tive um filho dizia para mim mesma, deveriam soltar rojões. O meu menino pequenino, prematuro e narigudo estava diante de mim e eu me perguntava: o que será dele? Como será? Examinei-o e defeitos não tinha e portanto estava pronto para enfrentar a vida.

Ah, a vida... Os primeiros meses não foram fáceis pois era bebê de risco mas era forte como um tourinho. Espantava seu pediatra.

Isto foi há 36 anos e todo ano neste dia lembro perfeitamente destes acontecimentos que não foram fáceis pois quem me conhece sabe que o pai do meu menino era alcoólatra e me deu muitas tristezas.

Mas meu garoto cresceu firme e forte.

Hoje, homem feito e casado com a doce Letícia enfrenta a vida com muito bom humor. É sua principal característica. E, claro, gosta muito de velejar.

Parabéns, meu filho, Tenha muitos anos de vida alegre.

Ziriguidum paulista

O poetinha afirmou que São Paulo é o túmulo do samba.

Pelos últimos acontecimentos na apuração ontem, dos vencedores dos desfiles do grupo especial já está parecendo que São Paulo é o crematório do samba.

Vândalos e mais vândalos perturbaram a ordem e destruíram os votos das apurações e puseram fogo em carros alegóricos.

O que era para ser uma festa de cultura popular transformou-se num espelho da ferocidade animalesca de grupos de torcidas organizadas que não sabem perder e só sabem protestar por meio de violência e agressões aos bens públicos.

Os tumultos interromperam e impossibilitaram o anúncio das campeãs deste ano. 

Quero ver agora que tipo de punição, além de alguns presos, haverá. 

Segundo o regulamento da Liga das Escolas de Samba de São Paulo se os integrantes de determinada escola fazem confusão a escola é eliminada do carnaval. 

Quero só ver, não vai sobrar ninguém...

Maior do mundo

Eu ia começar este post na linha do "você sabia?" mas achei melhor não fazê-lo pois talvez eu esteja subestimando o conhecimento dos meus leitores.

Eu confesso humildemente que não sabia que o Edifício Copan, localizado na Av. Ipiranga no coração de São Paulo é o maior edifício residencial do mundo. Fiquei sabendo agora pelo Spiegel Online.

Com seus 116.000 metros quadrados em 32 andares e 1160 apartamentos está até no Guiness pelo tamanho e pelo número de pessoas que nele residem, aproximadamente 5.000 e emprega mais de 100 zeladores. Possui vários cafés e restaurantes, centro de compras com mais ou menos 80 lojas e até uma igreja para os condôminos.

Famoso prédio em S,   projetado pelo senhor da curvas o arquiteto Oscar Niemeyer que o concebeu na década de 50 teve  as obras iniciadas em 1957, e o projeto original previa um hotel e um super cinema, o que foi abandonado depois por motivos financeiros.

A empresa que começou a construção faliu e a CNI, Confederação Nacional da Indústria, concluiu a obra nove anos depois, transformando-a  num famoso marco da metrópole de concreto.

Início das obras:

O prédio hoje:

Volvo Ocean Race - In-port em Sanya

Transcorreu hoje em Sanya, na China, a regata in-port da Volvo Ocean Race 2011-2012.

Novamente a equipe Telefonica brilhou com nova e convincente vitória contornando todas as boias em primeiro lugar ampliando sua liderança. A equipe de Iker Martinez acumulou mais seis pontos estando agora com 101 e líder absoluto do evento.

Em segundo lugar cruzou o Puma e em terceiro o Abu Dahbi nesta regata de ventos fracos  e inconstantes até 20 nós.

A regata durou cerca de uma hora, com muita festa de um grande público que acorreu ao evento.
Amanhã será a largada para Auckland na Nova Zelândia e estão sendo esperados ventos fortíssimos e ondas muito altas.

Acompanhe:

Um pato

Lá pela década de 50 morava com minha família numa casinha geminada no bairro de Socorro, Santo Amaro, zona sul de São Paulo.

A casinha era do tipo clássico de vilas e tinha um jardinzinho na frente e um quintal que dava para uma fábrica de papelão onde diariamente o papelão molhado era estendido no imenso gramado para secar.

O nosso quintal não era grande mas o suficiente para nós crianças nos divertirmos  sob os sempre severos olhares da nossa mãe que ocupava o espaço para colocar a secar a imensidão de roupas que lavava, visto que éramos uma família de seis pessoas. E dava as eternas brigas pois sujávamos a roupa estendida.

Certo dia, perto da época do Natal, meus pais resolveram comprar um pato. Claro que nós achamos que era para nosso deleite e passamos a brincar com o novo bicho de estimação. Meu irmão caçula, ainda bem pequeno, se divertia espantando o pato pelo quintal inteiro e ria quando ele tentava voar.

Minha mãe explicava que deveríamos deixá-lo sossegado pois deveria engordar e com  a farra que fazíamos isto não iria acontecer nunca.

Afeiçoamo-nos ao pobre pato tão judiado e eis que um dia não o encontramos mais no quintal.

Cena clássica: apareceu morto na pia da cozinha prestes a ir para a assadeira. Era Natal. 

Meus pais, alemães severos, não permitiram extravasarmos comoção com a morte do nosso brinquedo. Foi-nos dito que o certo era assim e que não podíamos chorar por causa disso. 

Minha mãe esmerou-se no preparo da ave para a ceia, mas o pobre não apeteceu a nós crianças. 

Não achamos muita graça em comer algo tão divertido para se brincar.  Além disso estava duro, claro... de tanto correr da gente.

Tempo fugaz

O tempo está sendo traiçoeiro. Está me pregando peças.
Há muito que já não conto o passar do tempo em anos, mas sim em décadas. Fica mais fácil relembrar uma vez que já vivo tanto. Sempre caio na esparrela de achar que as coisas são imutáveis e quando percebo o tempo já modificou tudo.
Por exemplo, sei muito bem que meu filho tem 36 anos, está casado e tocando sua vida mas tenho a tendência de querer protegê-lo pois tenho dificuldades em observar o inexorável passar do tempo e ver que ele pouco precisa de mim.
Esta passagem do tempo está sendo muito rápida, algoz das minhas lembranças e me prega peças a todo instante,  como já disse lá no começo.
Novamente senti impacto forte ao ler ontem matéria no Estadão sobre o Robert Scheidt. Conheço-o desde que nasceu, lembro dele criança velejando sempre com seu chapeuzinho branco e mal sabíamos a joia rara que tínhamos em nosso meio.
Pois não é que nesta matéria ele declara que já tem 39 anos e precisa cuidar do corpo, aprimorar seus treinamentos físicos?
Sempre soube a idade dele e que ganhou sua primeira medalha olímpica de ouro em 1996 em Atlanta, lá se vão 16 anos e já ganhou várias outras e é hoje um dos melhores velejadores do mundo.
Mas a declaração nua a crua dele de que já tem 39 anos me causou forte comoção. Como assim? Já passou tanto tempo? Como pôde passar tão rápido?
Impressionante esta máquina do tempo.

Vambora prá Londres

A Semana de Vela de Búzios, com dez regatas corridas já define os nossos representantes do iatismo na Olimpíada de 2012 em Londres.

As classificações estão definida na maioria das classes:

Barbada na classe Star: Robert Scheidt e Bruno Prada. Deu o óbvio!

Deu Bimba na prancha masculina e deu Patrícia Freitas na feminina.

Deu Adriana Kostiw na Laser Radial. Viva, torci muito.

Jorge Zarif Jr. na Finn: será sua primeira Olimpíada, aos 19 anos. Pelo visto herdou o talento do famoso pai.

Deu Bruno Fontes, o craque, na Laser

Na 470 feminina deu empate entre Martine Grael/Isabel Swan e Fernanda Oliveira/Ana Barbachan. O desempate será no Troféu Reina Sofia em Palma de Mallorca. Torço muito pela Fernandinha, sem desmerecer as outras, claro.

Na 49er Bochecha e Marco Grael terão a chance de disputar a vaga no mundial da Croácia. Torcida forte.

Na 470 masculina a disputa pela vaga será em Barcelona, na Espanha, e torço para Fábio Pillar e Gustavo Thiesen. Meus favoritos Rick e Baby não alcançaram a pontuação necessária.

Bora moçada, bons treinos e bons ventos.
E que os patrocinadores sejam benevolentes.

Novamente a vela brasileira brilhará nas Olimpíadas!

Jorge Zarif Jr., da classe Finn:

A caminho da escola

O caminho diário para a escola deveria ser sempre prazeiroso, nunca perigoso.

Pois não é o que acontece na Indonésia, onde as recentes chuvas danificaram a frágil ponte para a passagem de adultos e crianças.

É a única ponte do vilarejo e usada diariamente pelas crianças.

Não há previsão de conserto ou substituição...

Ameaçados

Foi inaugurada ontem a exposição fotográfica de Érico Hiller, no Museu da Casa Brasileira em São Paulo, que tem com título "Ameaçados - Lugares em risco no século 21"

Viajou durante aproximadamente um ano por lugares ameaçados pela ação do homem.

A exposição, com grandes quadros e ótimos textos explicativos toca nossa alma e dá alerta máximo sobre a destruição do planeta.

Deixo o próprio fotógrafo falar do tema:

"Meu objetivo sempre foi fazer com que as fotos que produzo representem um inventário do nosso minguante planeta; daquilo que, infelizmente, pode um dia só existir na memória de poucos – ou pior, apenas numa fotografia esquecida no fundo de uma gaveta. Tomado por esse sentimento, entendi recentemente que havia reunido motivos suficientes para percorrer alguns lugares que correm risco de desaparecer – ou, pelo menos, serem profundamente alterados – neste século. Pesquisei na internet um termo genérico - “paraísos ameaçados” - e inúmeras listas surgiram. Elegi cinco lugares, cinco histórias que sintetizam a tensão ambiental do nosso tempo. Num mapa, apontei: o Ártico, derretendo em ritmo acelerado; as Maldivas, cada vez mais vulneráveis ao aumento do nível dos oceanos; o sul da Etiópia, perecendo diante dos novos tempos; a Mata Atlântica, no Brasil, pressionada pelo crescimento urbano e o monte Kilimanjaro, cujo gelo está desaparecendo num planeta mais quente. O que acontece nesses lugares é o que acontece com todos nós."

Você pode ver as fotos e textos na revista 29Horas com o título "A segunda expulsão do paraíso", clicando nas páginas 24 a 32.

Todos para Búzios

Começa hoje no Iate Clube Armação de Búzios, na Praia dos Ossos a seletiva do iatismo para a Olimpíada de Londres 2012.

A elite da vela brasileira está a postos encabeçada naturalmente por Robert Scheidt e Bruno Prada que concorrem na classe Star. 

Temos asseguradas nove vagas em nove diferentes categorias e as eliminatórias de Búzios serão corridas em onze regatas.

Estou numa torcida particular, hehehe, por aqueles que conheço pessoalmente, Robert e Bruno no Star, Rick e Baby no 470 masculino, Fernanda Oliveira e Ana (esta não conheço), na 470 feminino, Adriana Kostiw na Laser feminina e Bruno Fontes na Laser masculino.

Claro que torço para que todos tenham ótimas regatas, bons ventos e boas manobras.

Será belo e emocionante. Queria estar lá:

Volvo Ocean Race - Chegada à Sanya

Hoje cinco dos seis barcos competidores da Volvo chegaram à Sanya, ilha no sul da China.

Novamente venceu o Telefonica que já havia vencido as outras duas etapas. Em segundo chegou o Groupama, seguido do Camper.

O team Sanya, da casa, ainda não chegou.

O Telefonica acumula agora 94 pontos com esta espetacular vitória de 12 dias e 20 horas da etapa 3.

Iker Martinez, comandante do Telefonica:

Recepção do Telefonica na China:

Antigamente

No meu tempo que era bom, não é assim que muitos dizem?

Eu não digo não! 

Imaginem, no meu tempo de mocinha eu era mal falada na escola. Euzinha, uma menina completamente ingênua! Mas é verdade.

Lá pelos anos 60 as mocinhas de boa família eram muito pudicas. Não podiam fazer nada. Só iam à festas acompanhadas de pai e mãe, namoravam no portão de casa e, supra-sumo do avanço do namoro, no sofá da sala. Nunca podiam ficar sozinhas com o dito. Andar de fusca sozinha com um moço era o máximo da devassidão. Tempos difíceis...

Nesta época comecei a frequentar o clube de iatismo e daí a começar a velejar foi um pulo. Adorei e continuei.

Entusiasmada comentava com minhas colegas de ginásio e comecei a observar que aqui e ali as até então amigas começaram a me evitar. Lá pelas tantas uma das meninas deu uma festa de quinze anos e convidou a classe inteira menos eu. Observei que também não era convidada para um ou outro bailinho que davam. Eu não me importava muito pois os meus pais nem em sonho pensavam em me acompanhar para alguma festa e ir sozinha nem pensar.

Resolvi investigar assim mesmo e perguntei para minha amiga mais chegada, a Tereza, o porquê da situação. A resposta caiu como uma bomba, claro, eu andava sozinha de barco na represa com rapazes!!!

Descobri que era devassa sem saber ao menos o que um bom passeio de barco poderia nos proporcionar.

Hoje sei que fui muito burra. Nunca deveria ter contado isso às minhas colegas que não eram esportivas e sequer conheciam o esporte que não era nem um pouco difundido naqueles tempos.

 Olhando para trás e rindo de mim mesma, percebo mais uma vez a clara diferença que havia na época no meu ser. Eu era completamente alemã convivendo com brasileiros tradicionalíssimos que mantinham suas filhas em casa debaixo de suas vistas. Analisando hoje lembro-me que naquela época a grande maioria que praticava o iatismo aqui em São Paulo eram estrangeiros, havia pouquíssimos brasileiros e mulheres dava para contar com os dedos da mão. Daí a grande confusão. Eu estudava numa escola bem brasileira e nos fins de semana fazia esporte de gringo.  

Só podia dar nisso. Ainda bem que tudo mudou e temos ótimas moças velejando.