quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Poluição

Beijin sufoca. A capital da China e seus arredores estão envoltas em densa camada de partículas nocivas de poluição há três dias. A tal ponto que as autoridades aconselharam a seus milhões de habitantes a ficar em suas casas devido à forte poluição atmosférica persistente contra a qual estão sendo anunciadas medidas.
O índice de poluição ultrapassou os 500, três vezes mais elevada que o ponto crítico definido pela Organização Mundial da Saúde.



(Fonte: Le Figaro)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Hitler

Em 30 de janeiro de 2013 faz oitenta anos que Adolf  Hitler foi eleito democraticamente como chanceler da Alemanha.
O país estava politicamente esgotado após vários chanceleres que duraram pouco e ninguém acreditava no sucesso do partido Nacional-Socialista. Quando subiu ao poder Hitler foi visto pelos diplomatas creditados em Berlim de que se tratava de apenas mais um e que o partido não conseguiria governar e dar estabilidade ao combalido país.
Os diplomatas prognosticavam aos seus países de origem que seria um governo de pequena duração e que viam uma força maior no vice-primeiro ministro Franz von Papen. Analisaram também que os ministérios teriam sido ocupados por pessoas sem expressão e o fato de Herman Göring ter sido nomeado ministro sem pasta foi diagnosticado como fraqueza do partido nazista.
Ninguém prognosticou a tomada de poder dos nazista como forte elemento histórico que mudaria os destinos do mundo.
As bolas de cristal dos diplomatas falharam vertiginosamente.
O nazifascismo prosperou, durou doze anos no poder e o resto da história todo mundo conhece.

Parada de 30 de janeiro de 1933 no Portão de Brandenburgo, em Berlim, dia da tomada de poder pelo nazismo.



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Roubo nos anos 60

Nos anos 60 São Paulo era uma cidade tranquila sem assaltos ou violências, roubos ou grandes crimes.
Dá saudade daquele tempo comparado ao que é hoje.
Mas já havia punguistas e ladrões mas não tão assustadoramente se compararmos com os dias de hoje.
As casas não tinham muros altos, câmeras ou outros dispositivos de segurança, e podia-se sair à noite sem maiores problemas. Lembro-me que fazia estágio no período noturno na União Cultural Brasil-Estados Unidos e voltava sozinha tarde da noite sem medo.
Morávamos perto de Santo Amaro numa rua tranquila onde todo mundo conhecia todo mundo quando um fato chamou nossa atenção um dia. Na porta da nossa casa apareceu um carro Morris Minor verde estacionado durante horas e sabíamos que não era de ninguém da vizinhança. Rondamos o carro e percebemos que estava aberto. Abrimos e demos uma verificada e achamos no porta-luvas algum documento ou algo parecido, não me lembro bem, e conseguimos identificar o dono do veículo. A seguir descobrimos o telefone e ligamos e os proprietários confirmaram que o carro havia sido roubado e avisamos que foi largado na nossa porta. Demos o endereço e  esperamos a chegada dos donos. 
Enquanto jantávamos ouvimos um barulho de balde na rua mas não demos atenção. Quando os donos chegaram não havia mais carro nenhum na nossa porta.  Aí ligamos os fatos: o barulho que ouvimos não era senão um balde para abastecer o carro e os ladrões seguiram viagem. 
Imaginem a decepção dos proprietários.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Bibliotecas

Entrar numa biblioteca e deparar-se com uma montanha de livros é uma delícia, não é?
Eu trabalhei durante uns quarenta anos em bibliotecas técnicas empresariais e gostei bastante. Mas o grande problema de toda e qualquer biblioteca é sempre o espaço. Quando é biblioteca dinâmica ou seja, compra muitos livros e periódicos, o problema é sempre maior.
Isto sempre leva a mudanças físicas. E é sobre isto que quero desabafar.
Em todos os meus empregos, sem exceção, lá pelas tantas tive o azar de ter de organizar mudanças físicas. Um terror. Se já a mudança de uma casa é difícil, imagine uma biblioteca em que nada pode sair da ordem e tudo tem de ser organizado o mais rápido possível para que não se interrompam os trabalhos.
Tive sete empregos e nos sete tive de fazer mudanças da biblioteca que dirigia. No último, na Gazeta Mercantil, foi ainda pior pois tive de fazer três mudanças de todo o acervo  e hoje está destruído porque o jornal faliu. O acervo era enorme mas tive sorte poque meus auxiliares eram muito bons.
Organizar para que nada saia da ordem é uma arte e fazer com que os carregadores das empresas de mudanças entendam é um sacrifício. Mesmo assim acaba-se conseguindo e as vezes eu mesma me perguntava como é que dava certo. 
Amarrar os livros, revistas, relatórios, etc.,  numerar, encaixotar, identificar, rezar para que nada seja perdido ou danificado, desmontar as estantes, montar no novo local, aguardar as caixas, ordená-las, abrir, calcular os novos espaços, recolocar tudo nos seus novos lugares, conferir...  
Ufa, só de lembar fico cansada e nervosa. E lembro também das unhas destruídas.
Estas mudanças são uma das agruras da profissão de bibliotecária.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Google sem-vergonha

Amigos, estou com muita raiva do Google.
Apesar de já ter reclamado cinco vezes eles insistem em inserir propaganda nos  posts deste humilde blog. Já vi também em outros blogs e alguns leitores enxergam e outros não.
Tenham certeza de não sou eu que coloco e não sei o que fazer para eliminar. Aparecem propagandas no topo e no pé dos posts, pop-ups em algumas palavras com anúncios de ganho fácil de dinheiro com trabalho em casa, receitas de emagrecimento etc. Ao abrir para verificar travou meu computador.
Ao visualizar as propagandas não cliquem para não travar e para não dar ibope ao anúncio e tentem ignorar. 
Não sei que direito o Google tem de me espionar desta maneiroa e isto me aborrece muito.
Vou reclamar todos os dias até que isto pare. Acabo de fazer mais uma reclamação pois verifiquei que uma propaganda se aninhou na palavra emagrecimento. Pode?
Se alguém tiver uma dica para eliminar o problema por favor entre em contato comigo pelo e-mail.
Obrigada

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Raios me partam

Acabo de ler na Veja SP que a cidade de São Paulo registrou o maior número de raios na última década e que o Brasil é o primeiro do ranking mundial em número de raios. Claro que esta classificação está influenciada pela vasta extensão territorial do nosso país mas é assustador assim mesmo. 
Muito recentemente um casal morreu atingido por um raio em Bertioga, no litoral paulista e lê-se a toda hora histórias semelhantes.
Eu mesma tenho dois episódios a contar, dos quais participei diretamente.
Um foi na represa de Guarapiranga, em São Paulo. Estava comandando uma regata de optimists (barcos pequenininhos para crianças) no meio de grossa tempestade quando um raio atingiu o mastro de um dos barcos. O menino foi atirado fora do barco e o mastro abriu-se todo e a vela ficou bem rasgada e chamuscada. Por sorte não houve mais nada e tivemos apenas o trabalho de resgatar o menino e seu barco avariado. Mas a cena não me sai da cabeça, o enorme estrondo e a faísca poderiam ter matado o bravo velejador.
O outro foi lá pela década de 1950 quando eu morava com minha família num sobrado perto de Santo Amaro em São Paulo, quando no meio de uma noite fomos todos atirados da cama com um estrondo ensurdecedor. O susto foi grande. Meu pai correu pela casa toda para verificar o que havia acontecido mas não descobriu nada e tudo parecia normal.
Na manhã seguinte, porém, o vizinho bateu à nossa porta para avisar que havia um enorme buraco na parede da nossa casa, bem perto da cumieira onde juntava o telhado de duas águas. Descobrimos então que um raio havia atingido nossa casa e descido pela caixa d'água e os canos. Foi um milagre não ter acontecido mais nada pois nem a caixa d'água estourou e o estrago limitou-se ao buracão na parede externa. Mas foi um susto enorme.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Meu primeiro emprego

Por estes dias comemorou-se os 150 anos do funcionamento do Metrô de Londres.
Os engenheiros e arquitetos fizeram a pioneira obra mandando cavar e revestir túneis com pás e picaretas. A invenção do tatuzão deu-se mais de um século depoisLondres tinha dois milhões de habitantes e segundo a época o trânsito de carruagens, charretes e ônibus puxados a cavalo era um caos e tiveram a ideia de cavar túneis para passagens de trens a vapor no subterrâneo. Era inédito. Ninguém no mundo inteiro tinha feito algo igual e iniciaram as obras sem nenhuma literatura ou referência, experiência ou obra parecida. Conseguiram a façanha. 
Vai aí uma ilustração das obras da King's Cross Station, por volta de 1895.


Estas comemorações do Underground de Londres me fizeram lembrar o meu primeiro emprego formal. Sim, formal, pois antes havia trabalhado informalmente como professora particular e kardecista (alguém ainda se lembra disto?) numa oficina mecânica.
Meu primeiro emprego formal foi como estagiária de biblioteconomia no Consórcio Hochtief-Montreal-Deconsult dos estudos de viabilidade do metrô de São Paulo.
Eu nem sabia o que era estudo de viabilidade e vim a saber da maneira mais estressante possível. O trabalho na biblioteca técnica era agitadíssimo pois além dos livros e artigos técnicos sobre todos os metrôs do mundo, eu também era responsável por todas as plantas e desenhos que os engenheiros e arquitetos produziam bem como normas técnicas internacionais. Meu horário era de meio período mas o serviço era tão puxado que eu chegava a matar aula na faculdade para ir trabalhar fora do meu horário oficial para dar conta do recado. Todos os dias era obrigada a assimilar coisas novas.
Como detalhe quero aqui contar que os arquitetos, também exímios desenhistas, quando desenhavam as estações movimentadas retratavam todos os colegas do escritório como usuários dos trens e mesmo eu fui retratada em alguma das estações, não me lembro qual.
Recebíamos constantes visitas do então Prefeito Faria Lima e algumas vezes do então Ministro dos Transportes Mário Andreazza, com seus lindos olhos verdes. Apareciam também muitas outras autoridades que queriam tirar uma casquinha do badalado escritório. Iam de mesa em mesa fazendo perguntas cretinas.
Assisti a confecção dos estudos de origem-e-destino que cravaram a linha leste-oeste como a mais necessária mas o jogo político reinante fez com que a primeira linha construída fosse a norte-sul.
Assisti aos embates entre economistas brasileiros e alemães (ríamos muito dos alemães pois trabalhavam de sandália e meia) sobre o custo da passagem. Dava impressão de que os alemães tinham bola de cristal.
Assisti a muitos embates políticos, mas por ser muito inexperiente não entendia tudo o que se passava. 
Foi assim que iniciei minha carreira como bibliotecária em bibliotecas técnicas. Foi um bom aprendizado.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Destruição de florestas

Mil metros cúbicos de madeira obtidos de uma só árvore! Isto existe na costa da Califórnia nas florestas Redwood e Humboldt County e tem atraído a cobiça do homem há quase dois séculos.
No final do século 19 e começo do século 20 estas florestas estupendas atraíram centenas de imigrantes  para extrair madeira para a construção civil das árvores mamute da Califórnia. Estas árvores medem por volta de 65 metros de altura e troncos com diâmetro de 5 ou mais metros. Por volta de 1860 a região já era um dos maiores produtores de madeira do estado. 
As fotos históricas desta imensidão de árvores e sua destruição são impressionantes e foram publicadas no Spiegelonline.

Estas fotos dão a verdeira ideia do tamanho das árvores mamute e sua destruição:





Esta foto é de 1917:

Campo de lenhadores, por vota de 1915 e ao fundo a devastação:

O transporte:

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Henfil

Segundo matéria de hoje no site do Estadão, hoje faz 25 anos que o grande cartunista Henfil morreu, vítima da Aids.
Isto me faz lembrar o jornaleco Pasquim que eu adorava e era o preferido de todo mundo. As vezes era até difícil consegui-lo no jornaleiro e eu mandava reservar o meu exemplar toda semana. Era a época da efervescência estudantil e da censura mas de alguma forma os editores sempre conseguiam burlar os milicos e dar a sua mensagem.
Lembro bem que sempre abria o Pasquim e primeiro procurava as charges do Henfil e dava boas risadas com seus personagens, principalmente o Fradim. 
Em minhas mensagens e papos no Facebook e outros faço sempre uma homenagem ao grande cartunista, adotando como despedida o bjim.
Certa ocasião eu o vi no café do aeroporto de Congonhas e me espantei pois tinha estampado no rosto a sua doença. Sua pele era de um amarelado meio marrom transparente e via-se que não tinha boa saúde embora estivesse rodeado de pessoas e dando boas risadas. Por ser tímida não me aproximei para tietá-lo.
Saudades do Pasquim, do Henfil  e da minha juventude.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Saudações de Van Gogh

Em 2 de outubro de 1888 Van Gogh escreveu ao seu amigo Eugène Boch a seguinte mensagem abaixo de Ano Novo. Incrível como antigamente tinha-se de pensar dois meses antes para envio de cartas para que chegassem na data certa. Hoje é tudo instantâneo e eu adoro.
"I'm just writing to wish you a happy New Year, may it be a good year for you in every way and, I add egoistically, for myself as well."
E acrescentou um esboço da sua famosa pintura futura "Starry night" sobre o rio Reno: