segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Jôgo do contente

Ontem, domingo de muita chuva e temperaturas amenas, acho que só eu fiquei contente.
Como não estava calor pude me dedicar à tapeçaria feliz da vida pois em dias quentes não consigo bordar porque o trabalho é em pura lã e eu começo até a suar.
Assim ultrapassei  10 mil nozinhos, pois como o motivo do tapete é geométrico dá para calcular facilmente. No  olhômetro estimo que  faltam ainda uns 20 mil nós para finalizar. O que significa que quero muito tempo ruim. Que maldade!
O tapete é em ponto smirna executado com agulha-gancho e vai-se dando nozinhos na trama e o resultado é aquele tapete peludinho.
Ainda não sei qual vai ser o seu destino mas vou me divertindo...

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Se a moda pega

Coitados dos alunos de hoje em dia. Não podem nem matar umas aulinhas sossegados. O mundo hightech os está perseguindo:
Em Anaheim, na California, as autoridades estão perseguindo com GPS os estudantes faltosos obrigando-os a frequentar as aulas. O Estado controla-os cinco vezes ao dia para verificar se realmente estão onde deveriam estar, ou seja nos bancos escolares.
Se os testes derem certo o programa será estendido para outras cidades e estados.
Dureza!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Escrava das horas

Estou tentando parar de fumar. Pois é, décadas de fumacê, alguns cigarros com imenso prazer, outros por puro hábito. Sem falar que atualmente está difícil fumar livremente pois em todos os lugares há restrições e não existe nada mais chato do que sair de um restaurante, por exemplo, e ir fumar na calçada.
Analisei a questão friamente e confesso que descobrí que o hábito mecânico de acender o cigarro se sobrepunha em muito ao prazer. Passei a ocupar minhas mãos com todo tipo de trabalho, caseiro, tapeçaria, leitura, etc. e tive algum resultado diminuindo os cigarros. Mas não está sendo suficiente.
Tomei uma resolução: como estava fumando mais ou menos dois maços por dia decidí diminuir paulatinamente e me obriguei a fumar apenas de hora em hora para depois ir aumentado os intervalos até acabar de vez.
E é aí que o bicho tá pegando: além de ser escrava do cigarro virei escrava do relógio pois fico marcando o tempo ansiosamente para poder acender outro.
Já me recomendaram um monte de remédios e emplastros de nicotina mas conversei com um farmacêutico que disse para tomar cuidado pois não se pode, acima dos 60 anos, sair tomando medicação a êsmo.
Ai, ai, ai. Está difícil.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Árvore

A minha mãe, já muito idosa, exímia jardineira e amante da natureza, teve de brigar durante três anos com as autoridades de Santo Amaro para cortar uma ávore na calçada de sua casa que estava corroída de cupins e ameaçando cair no muro de sua casa. Foi inúmeras vezes à sub-prefeitura, preeencheu dezenas de formulários, ouviu desculpas e má vontade, desprezo e descaso.
Um belo dia a árvore, de uma hora para outra, morreu de vez. A velhinha voltou à sub-prefeitura alarmada e o resultado foi apenas novo descaso. E a árvore mortinha ameaçando sua casa.
Eis que um dia às oito horas da manhã ouviu a campaínha e descobriu um monte gente na sua porta: engenheira agrônoma da prefeitura, trabalhadores e a Ananda Aple, da TV Globo, com câmeras. Não faltou nem o sub-prefeito engravatado.
Coitada da minha mãe: limitou-se a perguntar se iam finalmente derrubar a árvore e engenheira afirmava para as câmeras que a sibipiruna ainda estava viva. Claramente foi pega no pulo porque até criança conseguia ver que a árvore estava sem vida pelos cupins e podas mal-feitas e ela estava criando dificuldades para... D. Gerda, minha mãe, não deu a mínima bola para a gloriosa TV Globo e dizia apenas, em português macarrônico “eu quero que corta esse árvore” e ia sendo filmada.
A reportagem saiu no SPTV em 9 de agosto de 2008 numa matéria sobre podas e os riscos de queda de árvores na cidade.
A sibipiruna foi cortada uns três meses depois e deu para ver que estava totalmente ôca.






segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

The rains came

Estou na Índia, literariamente falando. Estou lendo um livro de Louis Bromfield, A grande chuva, em alemão. Está tomando todos os meus pensamentos e permeando meu cotidiano. Executo minhas tarefas corriqueiras bem rápido para poder voltar à leitura. E não é um livro de ação.
Passa na Índia por volta de 1930. O interessante não é o desenrolar dos acontecimentos e até a metade do livro não há quase acontecimento nenhum a não ser que todos esperam as grandes chuvas, as monções. O autor prende por uma infinita capacidade de descrever os diferentes tipos de pessoas e o embate das diferenças culturais dos hindus, europeus e americanos. A riqueza dos personagens vistos pela ótica de um viajante inglês, jovem nobre, culto e desinteressado, vai descrevendo os personagens com tanta profundidade que assusta: as professorinhas solteironas inglesas que vivem em Ranchipur há décadas e não conseguem sair de suas amarras britânicas, as famílias de  missionários americanos de dois diferentes caráteres, uns ambiciosos, elitistas e vazios, outros simples e trabalhadores que não se importam com diferenças sociais e que lutam para transmitir conhecimentos às crianças de baixas castas hindus, o rico lorde inglês fajuto, empresário predador e inescrupuloso casado com uma ninfomaníaca no ocaso de sua beleza fulgurante, o talentoso e belo major-médico brâmane, único capaz de compreender as almas das diversas culturas, a enfermeira escocesa chefe do hospital, o chefe de polícia hindu que tem de se mostrar progressista, mas que sempre volta à adoração dos deuses de sua cultura e ao culto das castas. Tudo isto  regido pelo marajá de Ranchipur e sua esposa, progressistas, cosmpolitas e desejosos de fazer do reinado um lugar moderno.
O ponto alto é um terremoto no início das chuvas que faz romper a barragem da região inundando toda a cidade. Instala-se grande caos, doenças, fome e todos, tão diferentes entre sí, demonstram nesses momentos de pânico suas coragens e fraquesas, abnegação e falta de caráter, oportunismo e sensibilidades às desgraças dos outros, conformismo e espírito de luta, pois de repente toda esta constelação de psiques é obrigada a conviver e iniciar a reconstrução.
Tudo isto permeado pelos mistérios da Índia, das castas e subcastas, dos diversos idiomas e dialetos, da ignorância e das religiões e crendices.

Saboroso.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Vou ficar de fora?

As novas tecnologias 3D estão chegando. Já há televisões com óculos especiais à venda por aí.
Há filmes e outras tralhas tecnológicas  por aí, tudo tridimensional.
E eu vou ficar para trás??
Por ser estrábica e não ter visão de profundidade por usar um olho só não enxergo nada em três dimensões e sou, portanto, monocular, embora eu enxergue com os dois olhos. Isto sempre me atrapalhou a vida, principalmente para dirigir ou andar de bicicleta quando a visão de profundidade é tão necessária.
É bem verdade que atrapalha também pela questão estética. Igual aos gagos, os vesgos sofrem preconceito e lhes é muitas vezes imputada a condição de retardados. Sofrí isto muitas vezes, principalmente quando criança, e não foram poucas as vezes em que tive de comprovar competência  e me impôr  “na marra”.
Muitas pessoas não compreendem a visão monocular e para isto basta experimentar tampando um olho e sair dirigindo, tentar rapidamente determinar a distância dos objetos ou mesmo pegar uma bola que alguém te joga. As minhas maiores dificuldades são descer escadas e servir café numa xícara que alguém me estende no ar pois preciso tocar a xícara antes de despejar o líquido para saber a que distância está. Além de dirigir automóveis, é claro.
Mas nada é tão grave, a experiência vai ensinando e sempre viví normalmente. Não estou me lamentando, apenas explicando.
E agora chegaram as tecnologias tridimensionais e me preocupo: será que daqui a pouco não existirão mais televisões e filmes normais?? Ai de mim...
Por isso torço e confesso sem pudor para que nada disto dê certo pois quero meu mundo normalzinho. Nada de muito filme do tipo Avatar por aí.
Devo fazer uma campanha contra? Chamarei uns egípcios da praça Tahrir.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Viajem ao Caribe - Velocidade máxima

Sandra Bullock e eu temos algo em comum: estivemos em St. Maarten na mesma época.
Eu não a ví mas minha cunhada sim e disse que é mais bonita ao natural do que nos filmes.
A surpresa na ilha naquela época era que estavam preparando a cidade cenográfica do filme Velocidade Máxima 2, aquele ruinzinho em que o navio não pode parar e entra na ilha e dalí a um tempo iam começar a rodar o avanço do navio.
O navio estava para chegar o que explica a presença dos marinheiros americanos arrogantesinhos que vimos na nossa chegada. A ilha já estava cheia de trabalhadores do filme e era o assunto do momento.
Um dia fomos de barcaça para a ilhota do Pinel, isso mesmo, Pinel com pronúncia francesa, onde há um restaurante beira-de-praia charmosíssimo com um cozinheiro francês, loiro, lindo, de olhos verdes que ia buscar num cesto no mar as lagostas pedidas pelos clientes. E cozinhava bem. Fazia muito sucesso entre a mulharada e sabia disto.
Nadamos e fizemos amizade com uns gringos americanos e demo-lhes carona de volta à Marigot. Eram funcionários do filme, um era camareiro das roupas e outro trabalhava com máquinas. Não entendí bem que máquinas. Será que foi este camareiro o responsável pelo erro grotesco do filme, quando um ator da trama cai na água com camisa branca e segundos depois emerge com camisa xadrez escura? Ha, ha, ha...
Aliás, dar e pegar carona é a coisa mais comum na ilha. Não havia quase transporte público e o que tinha era ruim. Somente as crianças tinham bom transporte escolar: são aqueles ônibus amarelos de filme americano. Todo dia às 4 da tarde o trânsito pára em todo lugar porque os estudantes embarcam e são levados para suas casas. As pessoas combinam compromissos para  antes ou depois do trânsito das crianças. Um charme.
Charme nesta ilha não falta, até as placas dos carros são simpáticas pois vem com a inscrição “The friendly island”.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Viajem ao Caribe - Praias

Sem dúvida alguma o grande atrativo de St. Martin ou St. Maarten são as praias e o mar impressionantemente azul turqueza. Olhando para mar aberto a cor se transforma em azul anil.
Existem praias de todos os tipos, com falésias, em baía, sob imensos flamboyants, etc.
Numa das praias ainda havia um navio encalhado, resquício do furacão do ano anterior. Aliás, na ilha encontramos ainda muitos indícios da devastação do Luiz e a principal delas é que toda a vegetação da ilha ainda estava castigada. Nos morros ainda via-se pouco verde.
Achei engraçado que as praias meio que são temáticas com frequentadores específicos.
Há praia família, praia de gays, praia de nudismo, praia de jovens, etc.
A praia de nudismo é hilária: não se pode tirar fotografias e nem queríamos. Parece que só os idosos praticam nudismo e vimos figuras estranhíssimas: muitos gordos fritando ao sol, mulheres pelancudas e com tudo caído chacoalhando pelas areias. Vimos um que, acho que pelo sol forte, resolveu vestir uma camiseta e saiu passeando sem short! Demos boas risadas. E não vimos jovens nem crianças nesta praia.
A praia dos gays é mais divertida ainda. Muitos casais, alguns com maiô, outros sem. Pela manhã tudo tranquilo, mas quando a tarde começou a cair iniciaram cenas mais calientes. Deve ser por causa do consumo de cerveja, né?
As praias de jovens são as mais animadas, cercadas por muitos bares e muita música.
Aliás, na época dessa viajem a música que mais se ouvia em todos os cantos era a brasileira, com destaque para Roberto Carlos e lambada e o ritmo reggae jamaicano.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Seleção fashion?

Não tenho nenhuma intenção de discutir futebol aqui pois não tenho competência para isso e também sei que homem não gosta que mulher discuta assunto tão sério.
Na quarta feira assistí o amistoso entre Brasil e França e quero apenas perguntar  duas coisas à CBF:
 - se a nossa seleção está renovada e sendo apresentada ao público porque não tem o nome dos jogadores nas suas respectivas camisas?
- que números ridículos são aqueles no novo uniforme? O 3 parece um cavalo marinho estilizado, o nove parece um anzol de pesca e por aí vai. Quem decidiu isso não sabe que os números são uma comunicação visual rápida com o torcedor? Levei meia hora para identificar cada número.
Apenas para registro na história do futebol brasileiro pergunto ainda: em qual rodada de whisky aprovaram isso?
Patético!!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Viajem ao Caribe - Um blefe simpático

O mar azul turquesa e transparente da charmosa ilha de St. Marteen convida à passeios e muitos banhos. Os ventos constantes e de boa intensidade convidam a passeios de barco a vela.
Lá fui eu procurar uma oportunidade de velejar e encontrei um passeio turístico num catamarã de uns 70 pés muito atraente. Garantiram uma boa velejada até uma ilhota próxima, Anguila de possessão inglesa. Teríamos de levar nossos passaportes! Achei meio maluco mas topei pagar os U$ 40 exigidos e tive um trabalhão para convencer minha cunhada e uma amiga que adotamos por lá para participar.
Minha cunhada Lisa definitivamente não era entusiasta dos esportes náuticos e só topou depois que eu prometí fazer uma vistoria antecipada do veleiro para ver se estava tudo em ordem. Nisso ela tinha toda razão: não se sai ao mar sem checar a  segurança. Fiz e verifiquei que o barco era ótimo, novinho, com dois motores Volvo Penta e um motor de popa auxiliar, velas perfeitas, muitos coletes salva-vidas e tudo o mais que é exigido.
Embarcamos juntamente com mais uns 40 turistas e saímos da baía com os motores ligados. O jovem e simpático capitão mandou içar as velas e eu comecei a me animar achando que iríamos fazer um velejo arrasador. A tripulação parecia competente e comecei a estranhar que não deixavam as velas inflar e não desligavam os motores. Travaram as velas como tábuas e foram seguindo.
Aproximei-me discretamente do capitão e perguntei quando ia começar o velejo. Afirmou sorrindo que já estávamos velejando. Expliquei-lhe que entendo um pouco do assunto e que estava triste porque aquilo era uma passeio a motor. O jovem pediu para eu estimar a velocidade do vento e estimei em 25 a 30 nós. Acertou, afirmou-me, mas se você sabe o que é uma velejada, sabe também que o  barco inclina bastante. Apontou para os turistas saboreando aperitivos e questionou: você consegue imaginar o medo que estes turistas terão se uma dos cascos do catamarã sair da água e o barco inclinar muito? Dá pânico a bordo. Vamos continuar do jeito que estamos. Tive de concordar pois ele tinha toda razão mas fiquei triste. Caí na maracutaia de turistas, pensei.
Minha cunhada adorou. Sentiu-se segura trotando sobre as águas e riu da minha decepção.
Fomos até Anguila, almoçamos uns peixes maravilhosos e depois ficamos nadando e mergulhando para ver o rico fundo das águas transparentes durante boas horas. Foi lindo e o passeio valeu a pena mesmo sem uma boa velejada.
Ao desenbarcarmos, já na volta, o capitão me chamou e disse que à noite haveria uma velejada verdadeira em outro barco porque o vento lá nunca morre e convidou-me a participar. Entusiasmei-me. Olhei para minha cunhada que já meneava a cabeça tristemente como quem diz: ai, lá vem roubada. Mas a facada veio a seguir: U$ 100 por pessoa. Tive de desistir. O dinheiro estava ficando curto e eu não quis deixar a Lisa sozinha no hotel durante horas.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Viajem ao Caribe - Aeroporto

Lá por 1997 resolví me dar um presente: convidei minha cunhada Elisabeth e fomos para St. Maarten, uma ilhota no Caribe.
Um ano antes o furacão Luiz fez muitos estragos por lá e no ano seguinte a ilha, para reconquistar os turistas amedrontados, fez umas ótimas promoções de preços e lá fomos nós pois, como se diz, o furacão só volta ao mesmo lugar a cada duzentos anos e eu tomei ao pé da letra.
A partida em avião fretado de uma tal de Taesa mexicana já foi preocupante: demorou algumas horas, verdade, para conseguirem fechar a porta do avião. Deveríamos ter partido por volta do meio dia e só levantamos vôo às quatro da tarde. A dúvida era se depois a porta abriria.
Vôo tranquilo e quando o avião começou a baixar fiquei preocupada porque as ilhas todas do Caribe lá do alto pareciam tão pequenas que achei não haver espaço no meio dos tufinhos de luzes que víamos. Lá pelas tantas baixou de vez e quase não rolou na pista dando uma freada tão forte, uma estancada tão brusca, que quase achatamos o nariz na poltrona da frente.
No aeroporto, um pouco mais que uma casa de um guichê só, vimos um monte de jovens fardados da marinha americana com sua característica arrogância que chegaram em outro vôo. Invasão na ilha meio francesa e meio holandesa de 87 km quadrados?
A ilha é um charme: o lado francês é mais bem cuidado e sua capital Marigot, de pouco mais de cinco ou seis ruas tem vários bistrôs, localizados numa baía com muitos barcos ancorados. O lado holandês, menos bem cuidado, com sua capital Phillipsburg de três ruas, metade de lojas free-shop com muitas joalherias e lojas de moda de grifes internacionais.
Ficamos hospedadas em Maho Beach, do lado holandes, bem ao lado do aeroporto. No dia seguinte à nossa chegada, ainda do hotel, desvendamos o porquê da freada brusca: o aeroporto é pequeno, começa numa praia e acaba numa lagoa, seguida de um morro. A chegada dos aviões na praia é impressionante e  a internet hoje em dia está cheia de imagens deste Princess Juliana Airport. Desce até Jumbo. “Meninos, eu ví...”
A volta, depois de uma semana, também foi preocupante: como a ilha é free-shop a turma exagerou nas compras. Até geladeira e televisão foram embarcados. Ficamos horas na fila do check-in esperando o pessoal despachar suas compras e aí começou o problema: embarcamos e recebemos a notícia de que o avião estava muito pesado para levantar vôo e a solução foi abastecer só uma das asas pois como o aeroporto tem o morro no final a subida tem de ser muito íngreme. A brasileirada animada sugeriu cavar o morro.
Rezamos para subir e tivemos de fazer escala inesperada nas Islas Margueritas, com aeroporto bem mais civilizado. Fizeram o abastecimento restante com todos os passageiros dentro do avião o que, até onde sei, é contra todas as normas de segurança.
No fim deu tudo certo se desconsiderarmos as muitas horas de atraso da nossa volta ao Brasil. 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"Alguma coisa acontece no meu coração..."

Internet e aposentadoria é uma combinação maravilhosa: tempo e um zilhão de possibilidades de visitas, acontecimentos e jornais para ler.
Acabo de voltar do Van Gogh Museum de Amsterdam que visitei daqui da minha sala, com tempo, com calma e sem turistas afoitos me empurrando. Uma maravilha.
Mesmo correndo o risco de ensinar o pai-nosso ao vigário dou a dica: visite os mais importantes museus do mundo pelo www.googleartproject.com e delicie-se.
Mais ou menos em 1997 estive em Nova York e visitei o Metropolitan Museum que adorei. Principalmente a sala das armaduras medievais, que me encantou. Mas o museu estava tão lotado que as vezes o barulho incomodava e era constantemente afastada da colega colombiana que me acompanhou, empurrada pela multidão.
Agora poderei revisitá-lo sem medo de me perder. Sim, tenho medo de me perder pois tenho péssimo senso de orientação e estes locais enormes me causam certo desconforto e angústia. Isto me acontece até mesmo em shopping centers que visito pela primeira vez.
Poderei ir de uma sala à outra num click, sossegada, permanecendo onde quiser e por quanto tempo quiser sem nenhum tipo de aborrecimento.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ganhei companhia

Meu filho voltou prá casa! Calma, não é o que vocês estão pensando.
Ele teve de montar provisoriamente seu escritório aqui em casa porque o conjunto onde trabalhava foi vendido e teve de ser desocupado às pressas.
Como  trabalha com maquetes virtuais e usa softwares pesados, precisando inclusive de internet, correu prá casa da mami.
O meu escritório transformou se numa parafernália de computadores, macarronada de fios e outras estranhezas. Como trabalha com “renderização” precisa de computadores pesados e outros nem tanto e assim corro o sério risco de meu notebook novinho e fofíssimo ser conectado na sua rede e entrar na roda.
O trabalho que faz em parceria com sua cunhada é bem bacana, mostrou-me projetos lindos, interiores e exteriores de casas, escritórios, museus, etc. mas eu não entendo nada além disso.
Administra um site (www.arq3d.com.br) onde você pode admirar, assim como a orgulhosa mamãe, as proezas do filhotinho.
Morro de medo de chegar perto das máquinas quando estão fazendo seus “renders”.
E assim eu tenho companhia e se precisar tenho, inclusive, um técnico à disposição. Vamos ver até quando...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Eca!!!

Passei uma noite de terror, até agora estou impressionada.
Dormia sossegadamente às 4 horas da manhã quando sentí algo agarrando no meu dedinho da mão esquerda. Como tenho sono leve acordei imediatamente e sacudí a mão e acendí o abajur da cama. Não ví nada, vasculhei o lençol, a cama e nada encontrei. Será que sonhei? me perguntei.
Depois de uma hora me acalmei e voltei a deitar. Dalí a alguns minutos sentí algo pegajoso se mexendo na minha mão direita. Pulei, instintivamente sacudí a mão, acendí o abajur e pude ver algo sumindo na cabeceira da cama. Hmm, pensei ser uma aranha pois aqui em casa de vez em quando aparecem umas pequenas. Mas peguei uma lata de spray de pernilongos, levantei o colchão e descarreguei veneno em toda a cabeceira. Uma meleca!
Fiquei esperando uma hora mais ou menos, olhava de baixo da cama e dalí a pouco apareceu uma barata toda tonta no meu carpete. Tomou uma chinelada e morreu.
Eca, uma barata passeou nas minhas mãos, quem sabe onde mais passeou. Brrrr, tenho horror a baratas e na minha casa nunca tem esta praga.
Desconfio que veio dentro do computador que meu filho trouxe ontem do escritório dele.
Estou sonada, arrepiada e sem coragem de dormir... Até agora sinto as garras dela no meu dedinho. Já lavei umas vinte vezes!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Meu primeiro chocolate

Diga-me, você se lembra do primeiro chocolate que comeu? Provavelmente não, né?
Pois acredite, eu me lembro muito bem.
Os tempos são da Alemanha pós-guerra, época à qual  os alemães que conhecí ao longo dos tempos sempre se referiam como Nachkriegszeit, tempos de penúria, falta de comida, falta de moradia, gente perambulando pelas ruas, ocupação de soldados americanos no bairro em que morávamos, saques, estupros, roubos, desconfiança, falta de trabalho, falta de dinheiro, mercado negro, etc.
Eu, muito criancinha, não percebia nada disso, achava tudo normal.
Num dia de neve meus irmãos e eu brincávamos à beira da rua quando, vagarosamente, passou um caminhão do exército americano cheio de soldados. Um deles, um negro, e era a primeira vez que via um negro, enfiou a mão no bolso da camisa e retirou um pacote vermelho e, muito sorridente, jogou-o para nós e deu-nos um tchauzinho. Corremos para apanhar o pacotinho vermelho na neve branca e, lembrando que não podíamos aceitar nada de estranhos, corremos para casa e mostramos para nossa mãe.
Ela, estupefata, imediatamente nos disse que era uma coisa muito boa, era chocolate, que não conhecíamos. Enfiou rapidamente debaixo do cobertor da cama e abriu, partindo a barra marron em três pedaços, e cada um de nós adorou a sua parte. Acho que ficamos com cara de “quero mais”.
Porque enfiou debaixo do cobertor? Para não fazer barulho com o papel prata. Porque? Porque a nossa casa não fora bombardeada durante a guerra e como consequência foi “ocupada”pelo governo provisório, ou seja, cada quarto da casa foi dado para uma família estranha. Nós ficamos com a sala e a cozinha e o banheiro eram de uso comum. Todos eram obrigados a conviver dessa forma.
Todos passavam fome e uns vigiavam os outros, os roubos de comida eram comuns, assim como demais desavenças.
Daí ela ter enfiado o chocolate debaixo do cobertor para abrir sem fazer barulho e garantir a guloseima inusitada só para seus filhos.
Lembro sempre deste soldado americano com muita gratidão. Onde andará?

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Um presente muito charmoso

Quem gosta de ler sabe que é uma delícia frequentar livrarias e procurar, folhear, dar uma lidinha aqui, outra acolá, caminhar pelas estantes, puxar um livro a êsmo, se espantar, imaginar, aguçar a curiosidade, etc.
Nas últimas décadas os livreiros conseguiram atrair mais público para suas lojas criando ambientes convidativos, com pequenas lanchonetes anexas e serviços de primeira. A Saraiva Megastore do Shopping Ibirapuera, aqui em São Paulo, é uma delas. Tem vários sofás e pode-se ler e folhear livros e revistas sem ser incomodado. Está sempre cheia.
Mas conheço uma livraria completamente fora dos circuitos culturais de Sampa. Fica na Ilhabela e tem o bonito nome de Ponto das Letras. Na Vila, fica de frente para o mar em casario colonial e tem também uma ótima cafeteria. É um dos pontos de encontro do lugar onde os amigos se reúnem, tomam café e outros, um bolinho talvez e folheiam os livros, compram CDs, jornais, etc.
Tem um ótimo estoque de livros e revistas náuticas, pois a náutica é a tônica da região e não raro encontram-se verdadeiros marujos comentando suas velejadas nas mesinhas e no balcão da sua cafeteria.
Adoro. Quando vou à Ilhabela passo lá todos os dias. As outras pessoas fazem o mesmo e assim todos os amigos se encontram.
No último Natal meu filho e minha nora me deram um presente muito original: compraram um cartão postal da Ilhabela, escreveram um “vale-livro” nele e colocaram num saquinho de presentes da livraria. Amei...
Agora tenho de ir lá resgatar o meu presente, não é legal?