quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Viajem ao Caribe - Um blefe simpático

O mar azul turquesa e transparente da charmosa ilha de St. Marteen convida à passeios e muitos banhos. Os ventos constantes e de boa intensidade convidam a passeios de barco a vela.
Lá fui eu procurar uma oportunidade de velejar e encontrei um passeio turístico num catamarã de uns 70 pés muito atraente. Garantiram uma boa velejada até uma ilhota próxima, Anguila de possessão inglesa. Teríamos de levar nossos passaportes! Achei meio maluco mas topei pagar os U$ 40 exigidos e tive um trabalhão para convencer minha cunhada e uma amiga que adotamos por lá para participar.
Minha cunhada Lisa definitivamente não era entusiasta dos esportes náuticos e só topou depois que eu prometí fazer uma vistoria antecipada do veleiro para ver se estava tudo em ordem. Nisso ela tinha toda razão: não se sai ao mar sem checar a  segurança. Fiz e verifiquei que o barco era ótimo, novinho, com dois motores Volvo Penta e um motor de popa auxiliar, velas perfeitas, muitos coletes salva-vidas e tudo o mais que é exigido.
Embarcamos juntamente com mais uns 40 turistas e saímos da baía com os motores ligados. O jovem e simpático capitão mandou içar as velas e eu comecei a me animar achando que iríamos fazer um velejo arrasador. A tripulação parecia competente e comecei a estranhar que não deixavam as velas inflar e não desligavam os motores. Travaram as velas como tábuas e foram seguindo.
Aproximei-me discretamente do capitão e perguntei quando ia começar o velejo. Afirmou sorrindo que já estávamos velejando. Expliquei-lhe que entendo um pouco do assunto e que estava triste porque aquilo era uma passeio a motor. O jovem pediu para eu estimar a velocidade do vento e estimei em 25 a 30 nós. Acertou, afirmou-me, mas se você sabe o que é uma velejada, sabe também que o  barco inclina bastante. Apontou para os turistas saboreando aperitivos e questionou: você consegue imaginar o medo que estes turistas terão se uma dos cascos do catamarã sair da água e o barco inclinar muito? Dá pânico a bordo. Vamos continuar do jeito que estamos. Tive de concordar pois ele tinha toda razão mas fiquei triste. Caí na maracutaia de turistas, pensei.
Minha cunhada adorou. Sentiu-se segura trotando sobre as águas e riu da minha decepção.
Fomos até Anguila, almoçamos uns peixes maravilhosos e depois ficamos nadando e mergulhando para ver o rico fundo das águas transparentes durante boas horas. Foi lindo e o passeio valeu a pena mesmo sem uma boa velejada.
Ao desenbarcarmos, já na volta, o capitão me chamou e disse que à noite haveria uma velejada verdadeira em outro barco porque o vento lá nunca morre e convidou-me a participar. Entusiasmei-me. Olhei para minha cunhada que já meneava a cabeça tristemente como quem diz: ai, lá vem roubada. Mas a facada veio a seguir: U$ 100 por pessoa. Tive de desistir. O dinheiro estava ficando curto e eu não quis deixar a Lisa sozinha no hotel durante horas.

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