segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Adiós Guadalajara

Acabaram ontem os Jogos Pan-Americanos 2011 de Guadalajara com transmissão direta pela TV Record e Recordnews.
Assistí muitos esportes, principalmente o vôlei, que venceu tudo. Foi ótimo.
A festa de encerramento começou às 24 horas, horário de Brasília, e assisti só um pouquinho pois estava caindo de sono. 
A entrega das medalhas da maratona masculina tradicionalmente ocorre na festa de encerramento e foi vencida por um brasileiro, Solonei Silva, mais uma emblemática trajetória nos esportes: era catador de lixo em Penápolis, SP, e corre há apenas dois anos. Nesta e nas outras participações de atletas brasileiros em Pans e Olimpíadas há muitas histórias parecidas de superação de obstáculos pessoais que costumam ser engrandecidas pela imprensa. Não que não devam ser mas me causam vergonha e constrangimento. 
Se houvessem políticas públicas eficazes  nos esportes, quantos outros talentos não surgiriam? Mas o que vemos é roubalheira, muita roubalheira, e com isso desaparecem talentos que poderiam brilhar e alcançar melhores condições de vida e educação.
Os Estado Unidos venceram no quadro geral de medalhas, Cuba ficou em segundo lugar e o Brasil ficou em terceiro. O governo e a imprensa festejam. 
Eu não. Pelo país continental que somos deveríamos olhar melhor pelos nossos atletas, garimpar os talentos ocultos, dar-lhes estruturas de treinamento e apôio financeiro. E não é isto que acontece. Muito ao contrário. A falta de apôio financeiro é gritante. Isto sem falar nas politicagens de bastidores.
Conheço bem o  esporte de vela e lá é a mesma coisa, muitos talentos já foram e estão sendo perdidos pelo caminho pelas mesmas razões.
Agora rumo à Olimpíada de Londres em 2012. E já sei que os problemas serão os mesmos...




sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A vida com ela é

Passei ontem boa parte do dia no hospital com a minha mãe velhinha.
O atendimento dos planos de saúde são falhos porque compostos de muita gente e condições precárias de atendimento. Ficamos horas na sala de espera do pronto socorro  e mais umas tantas horas aguardando pela execução da medicação indicada pelo médico. Nada mais estafante do que isso: submeter os doentes a stress por horas de angústia.
É incrível, porém, observar que apesar da superlotação das enfermarias, os enfermeiros conseguem ser atenciosos e gentis. O rapaz que atendeu minha mãe era paciente, eficiente e calmo e perfeitamente adaptado à estafante rotina de uma enfermaria lotadíssima com um mundo de gente solicitando seus préstimos. E sem direito a errar...
Enquanto aguardava, já dentro da enfermaria, os procedimentos se realizarem, observei a precariedade da vida, principalmente dos idosos. Dúzias deles prostrados e gemendo em cadeiras e leitos, pendurados em soros e remédios lutando por obter um bem estar cada vez mais distante e não prometido.
Dizem que a terceira idade é a melhor idade. Não concordo com isso quando vejo descortinar-se à minha frente este mundo da saúde precária e, sim, do atendimento precário.
Espero não ter de voltar tão cedo à dura rotina de um pronto-atendimento.




quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Primórdios do iPhone

Assim como na aviação em que há discussão sobre quem seria o inventor do avião, Santos Dumont ou os irmãos Wright, fiquei surpresa ao descobrir que também na invenção do telefone, normalmente atribuída a Alexander Graham Bell, há grande discórdia.
A Alemanha  festeja e atribui a invenção à Philip Reis, de Frankfurt, que em 1860 apresentou o primeiro telefone feito de agulha de tricô, cordas de um violino e bexiga de um coelho.
A imprensa festejou a invenção mas o povo e as autoridades da época não vislumbraram a importância do evento.
A Wikipédia aprofunda a discórdia ao atribuir a invenção ao italiano radicado em New York Antônio Meucci. Nem cita o alemão.
Segundo os alemães Graham Bell fez apenas algumas melhorias e ficou rico ao patentear o  invento.
Certo é que foi tudo na mesma época. Quem copiou quem?


Telefone de Philip Reis


domingo, 23 de outubro de 2011

Vela no Pan - Resultados finais

Torcida sempre ajuda...
O Brasil ficou em primeiro lugar na vela nos Jogos Pan-Americanos 2011 no Vallarta Yacht Club.
Velejou praticamente contra os top 10 das Américas e alguns campeões mundiais e finalizou os jogos com 5 medalhas de ouro , 1 de prata e 1 de bronze.
Assim, ganhou medalhas em 7 das 9 categorias que concorreu.
Ouro:
RS:X masculino - Bimba
RS:X feminino - Patrícia Freitas
Sunfish - Matheus Dellagnelo
J/24 - Santinha, Alexandre Saldanha, Guilherme Hammelmann e Daniel Santiago
Snipe - Alexandre Amaral e Gabriel Borges

Prata:
Hobie 16 - Baby e Bruno Oliveira

Bronze:
Lightning - Klaus Bieckarck, Gunnar Ficker e Marcelo Silva

Parabéns a todos!!
Como diziam os velhos alemães velejadores da represa Guarapiranga: HIP HIP HURRA 
Veja reportagem aqui


Um Hobie 16 em ação

Vela no Pan - Quinto dia

A torcida e a emoção aumentam...
Ontem, quinto dia de regatas nos Jogos Pan-Americanos em Puerto Vallarta, já garantimos duas medalhas de ouro, na prancha feminina e no Sunfish.
Temos também pratas e bronzes asseguradas nas demais modalidades das nove em que concorremos.
Veja reportagem aqui.
Hoje às 16 horas de Brasília será disputada a medal race, última regata, que tem peso dois.


Patrícia Freitas: ouro na RS:X feminina

sábado, 22 de outubro de 2011

Vela no Pan - Quarto dia

Torcendo sempre e muito pelos nossos velejadores no jogos Pan-Americanos de Guadalajara.
Continuamos a ir muito bem e, apesar dos ventos fracos (merreca no jargão da vela) e já esperados pelos brasileiros que até fizeram regime de emagrecimento por causa disso, até o momento temos medalhas garantidas em praticamente oito das nove categorias embora ainda faltem três regatas.
É sabido que os brasileiros crescem nas últimas regatas.
Na prancha feminina (RS:X) o ouro é praticamente certo por antecipação.
Veja matéria do quarto dia ou sétima e oitava regata aqui


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Vela no Pan - Terceiro dia

Torcendo sempre...
Após três dias ou seis regatas corridas estamos liderando em quatro das nove categorias nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara: Sunfish, RS:X feminino e masculino e Snipe.
Os ventos continuam de fracos a moderados.
Veja notícia aqui:

Uma regata do J/24. Observe que os brasileiros (Santinha e equipe) estão na ponta:




quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Vela no Pan - Segundo dia

Torcida forte ajuda.
Nossos velejadores continuam a ir bem no Pan-Americano de Guadalajara. Quatro modalidades estão na liderança das regatas: J/24, Sunfish e as pranchas a vela RS:X masculina e feminina após realização de quatro regatas.
Os ventos foram novamente de fracos a moderados.
Veja reportagem aqui.

Mais algumas ilustrações das categorias em competição:

RS:X ( o conhecido windsurf ou prancha a vela com um tripulante):


J/24 (duas velas e um balão e quatro tripulantes):


Sunfish (uma vela e um tripulante):

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Vela no Pan - Primeiro dia

Nossos valorosos velejadores brasileiros foram muito bem nas duas regatas do primeiro dia da competição.
Fizeram quatro primeiros lugares, sete segundos e a pior classificação foi um quinto lugar no Snipe.
Os ventos foram fracos, como previsto, e os grandes destaques foram o Lightning, RS:X e Sunfish.
Se mantiverem esta regularidade dá medalhas na certa. Mas ainda terão muitas regatas a velejar.
Estou torcendo muito.
Veja matéria aqui
Para quem não é muito familiarizado com a vela aqui vão algumas ilustrações de alguns dos barcos que estão concorrendo:

Lightning (duas velas e um balão e três tripulantes)



Snipe (duas velas e dois tripulantes)


Laser (uma vela e um tripulante):



Hobie 16 (duas velas e 2 tripulantes). É um multicasco ou catamarã:


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Vela no Pan

Eu estou já na maior torcida pois começam hoje as regatas de vela no Pan-Americano de Guadalajara, no México.
A vela está sediada em Puerto Vallarta, a aprox. 300 km  da sede dos jogos e conhecida por ventos fracos.
A imprensa não costuma dar muita cobertura à vela e só depois festeja as medalhas que habitualmente vem com o iatismo.
Assim, temos de buscar as informações em sites e contatos pessoais para ter um mínimo de atualizações.
Eu  estou buscando dados e, acreditem, o site oficial do Pan que começou sexta feira passada está fora do ar.
Mas vamos lá: a equipe de vela concorrerá em 9 categorias e todos disputarão uma série de 11 regatas (duas por dia), com descarte dos piores resultados.
Eis os velejadores:

Hobie 16: Bernardo Arndt (Baby) e Bruno Oliveira
J24: Maurício Santa Cruz (Santinha), Alexandre Saldanha (Espanto), Daniel Santiago e Guilherme Hamelmann
Laser: Bruno Fontes
Laser Radial: Adriana Kostiw
Lightning: Claudio Bieckarck, Gunnar Ficker e Marcelo Silva
Snioe: Alexandre Tinoco e Gabriel Borges
Sunfish: Matheus Dellagnelo
RS:X masculino: Ricardo Winicki (Bimba)
RS:X feminino: Patrícia Freitas

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Maré negra

O risco de uma catástrofe ambiental na costa da Nova Zelândia aumentou ontem com a descoberta de novas fissuras no casco do navio porta-contêineres de bandeira liberiana encalhado numa das mais belas baías da região desde o dia 5 de outubro.
Já foram derramados 300 toneladas de petróleo a alguns quilômetros das praias e de um santuário de golfinhos.
O comandante e o primeiro imediato foram presos por autoridades locais.
A situação do navio está extremamente perigosa:


(Fonte Le Figaro)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Barcolana

Em Trieste, ao norte da Itália, ocorre a cada dois anos a Barcolana, regata no mar Adriático com participação recorde de barcos  de diversas categorias.
Este ano foram aproximadamente 1850 veleiros que largaram todos juntos.
É tanta vela que a imagem nem conseguiu capturar tudo.
Coitado dos juízes...


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Teatro centenário

O Theatro Municipal de São Paulo está completando 100 anos.
Foi todo reformado e está lindo.
A imprensa deu bastante destaque à data e houve muitas homenagens. Muito justo.
Gosto muito deste teatro embora visite-o raras vezes.
Mas sempre me lembro de um fato ocorrido lá pelos meados dos anos 60 quando estudava no Colégio Visconde de Porto Seguro, da comunidade alemã. Correu um boato na escola de que uma companhia teatral alemã que iria apresentar-se no Municipal e estaria procurando figurantes. 
Minhas amigas e eu corremos para lá para nos candidatar e aparecer no palco do belo teatro e, claro, ganhar alguns trocados. 
Os alemães receberam-nos no teatro incrédulos: o diretor e os artistas informaram que não sabiam de onde havia saído o boato e disseram que a peça não comportava figurantes. Divertiram-se com nossa determinação e amavelmente nos mostraram todas as entranhas do edifício, as coxias, as engrenagens do palco, os camarins, etc. Adoramos.
Mas foi o fim da nossa carreira teatral.

Aprecie:


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O primeiro MacIntosh a gente não esquece

A morte, ontem, de Steve Jobs, gênio da Apple, me fez lembrar a primeira vez que vi o tão falado e almejado computador MacIntosh.
Passei a trabalhar com ele lá por volta de 1995 numa empresa de consultoria americana.
Fiquei até com medo pois era tão cultuado e fiquei imaginando que dificuldades teria para aprender pois vinha de computadores  ainda com DOS.
Preocupei-me à toa: nada mais fácil do que operar um MacIntosh incrivelmente simples que naquela época já era todo com ícones, uma impactante novidade para mim. Lembro que adorei meu Mac Classic e fiquei quase fanática pela Apple. Como dizia meu sobrinho, virei macmaníaca,
Infelizmente, depois de sair desta empresa nunca mais tive oportunidade de operar um.
Veja o Mac Classic com que trabalhei durante um ano e depois recebi um modelo mais novo:



terça-feira, 4 de outubro de 2011

Saudosismo

Hoje acordei saudosa dos meus tempos de jovem.
Era muito bom viver arrojadamente, sem preocupações e com muita perspectiva de futuro.
Tive a sorte de viver entre o esporte do iatismo e aproveitar ao máximo as velejadas, o fazer juria que me permitia ficar sempre no meio dos barcos e dos amigos e dos acontecimentos que eu julgava importantes.
Mas quando não havia vento ou no final da tarde após as regatas tínhamos o hábito de esquiar na reprêsa, que ainda era limpa. Não havia a poluição de hoje e podia-se cair na água e esquiar à vontade.
Era muito bom.
Eu custei a aprender a esquiar no slalom (um esqui só) mas quando finalmente aprendi fiquei bem craque e curtia os finais de tarde voando em cima da água, fazendo evoluções e tomando uns bons tombos também.

Tenho saudades...



segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Como estaria hoje?

Acordei hoje melancólica: dei de repensar a vida... Acho que são coisas de velha.
Onde acertei, onde errei?
Na minha juventude fui colocada diversas vezes diante de escolhas tanto profissionais quanto pessoais e estas escolhas sempre se misturaram pelo simples fato de ter sido jovem e ter sofrido influências de pais e namorados.
A mais difícil delas e a mais errada que tomei foi quando estava me formando na faculdade e minha mestra Antonieta Ferraz intermediou-me um emprêgo na OIT em Genebra, na Suíça. 
Grande alvoroço em casa. Meu pai achou um absurdo eu querer ir sozinha para a Europa e recusou-se a me ajudar a pagar a passagem. Que decepção. Meu namorado ou noivo, sei lá, entrou em cena prometendo uma viajem de passeio pela Europa se eu desistisse do projeto. 
Resolvi ir trabalhar numa indústria de cimento para juntar o dinheiro da passagem mas sucumbi à pressão familiar e ao medo do desconhecido e desisti do projeto.
Meu já então marido nunca me levou à Europa. 
Mas não é disso que me queixo. Lamento hoje não ter resistido às pressões e arroubos da juventude e focado mais no projeto profissional. Certamente estaria bem melhor hoje.
Houve outras situações de escolhas erradas e uma delas também tem como tema central afastamento de São Paulo quando fui convidada a trabalhar no INPE em São José dos Campos. Teria de mudar para lá e me afastar de família, namorado, da vida no iatismo, dos amigos, etc. que eram amarras fortes para mim. Também optei por não ir achando que a vida me ofereceria outras tantas oportunidades tão boas. 
Otimismos de jovem...