sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Novo ano feliz!!

Carlos Drumond de Andrade tem o dom das palavras certas:
"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente”
Este ótimo texto foi publicado pela jornalista Regina Neves no Facebook e eu copiei.
Feliz ano novo para todos!
O meu ano feliz só vai começar quando o médico declarar o meu filho curado da terrível colite que o acometeu e, após muitos remédios, exames escabrosos e dieta rigorosíssima, amagreceu 20 quilos em quatro meses. Mas já está melhorando. Vamos torcer

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Flutuador

Parece que nem tudo está perdido.
Acompanho com interêsse, como já disse por aqui, a viajem do flutuador pela represa Billings em São Paulo, que se encerra esta semana. O barco percorreu 400 km por todos os braços do grande lago e deu o óbvio: a água está altamente poluída onde há presença do humanus porcus. Onde ainda há mata preservada e, para minha surpresa ainda há bastante, a água está com ótimo nivel de oxigênio. Esta represa, criada para gerar energia, atualmente fornece água para a região do ABC paulista.
Chamou-me atenção que ao longo da viajem o remador Dan Robson encontrou várias pessoas que moram em sítios nas margens e também pescadores com bastante consciência de preservação ambiental, para minha alegria. Há associações lutando contra a ocupação irregular, captação de esgotos, etc. Mas o poder público só entra com blá, blá, blá.
De um modo geral, no entanto, a conclusão é de que a represa está em situação de perigo e isto só aumenta a minha descrença na humanidade. O ser humano, que julga ser melhor que qualquer outro ser vivo, destrói tudo à sua volta, depreda e polui, não tendo nenhum compromisso com a natureza. Faz reuniões em todos os cantos do mundo para salvar o planeta das mudanças climáticas e suas futuras catástrofes e joga o esgoto na água mais próxima. 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Agredir para proteger?

No Zimbabwe veterinários e pesquisadores estão serrando os chifres de rinocerontes, sériamente ameçados de extinção, para protegê-los de predadores que querem apenas os chifres para vender.
Sem os chifres os animais perdem seu valor. Afirmam que o processo é indolor pois o chifre cresce novamente, como as unhas.


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A grande Mestra

Maria Antonieta Ferraz, Antonietinha, era seu nome. Está na galeria dos meus tipos inesquecíveis. Ela falava, falava muito, falava sem parar.
Entrava na sala de aula da Faculdade de Biblioteconomia falando baixinho e sem tomar fôlego. Não parava nunca da falar. Lecionava a matéria Referência que consistia em conhecer todas as obras de referência, bibliografias de bibliografias, enciclopédias, macropédias, micropédias, digest’s, anuários, etc. de todo o mundo para orientar os leitores das bibliotecas em que nós, alunas, iríamos atuar. Seu conhecimento sobre cada obra e sua organização eram tão amplos e profundos, que ansiava em nos transmitir tudo e  para isto não parava de falar. Era o Google dos anos 60.
Dizia-se que era de família rica e as jóias que usava poderiam ser uma confirmação disto. Mas não dava pistas de sua vida particular. Continuava falando sobre a matéria. Dizia-se também que sobrevivera a um acidente de avião que caiu na baía de Guanabara e, sem saber nadar, falara sem parar movimentando os braços e se salvara por causa disso. Também nunca cofirmou isto pois falava sem parar sobre a matéria.
Quando acostumamos nossos ouvidos a seu falatório interminável percebemos que ela jorrava conhecimento e bondade, preocupando-se o tempo todo com nossa boa formação profissional.
Falava mesmo durante as provas que aplicava e, se alguma aluna fazia uma pergunta sobre uma questão, respondia ensinando tudo novamente. Bastava escrever o que dizia. Nunca dava uma nota baixa ou reprovava. Acreditava no potencial de cada uma e quando detectava alguma falha de conhecimento voltava a falar tudo novamente.
Magrinha, miúda e idosa, falando sem parar, era motivo de gozação entre algumas alunas. Fingia não perceber e, com sua infinita bondade e necessidade de transmitir saber, orientava mesmo estas até sua rendição.
Foi escolhida por unanimidade como a paraninfa da turma e emocionou-se  até as lágrimas. Entrou no palco da formatura... falando sem parar...

sábado, 25 de dezembro de 2010

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Natal feliz

Que a ceia lhe seja leve
Que a ressaca seja amena
Que os aeroportos estejam vazios
Que os vôos saiam no horário
Que não haja overbooking
Que as estradas não tenham congestionamento
Que as rodoviárias estejam organizadas
Que as lojas estejam só esperando por você
Que Papai Noel seja generoso
Feliz Natal!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Conflitos modernos

Novo conflito de gerações à vista:
- os jovens usam smartphones para se comunicar  freneticamente. Os seniores usam Nokia.
- os jovens usam as redes sociais e os idosos usam e-mail

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um tipo inesquecível


Velas ao vento, existe beleza plástica maior? Deslizam sobre a água, prá lá e prá cá em silêncio só ouvindo o bater das ondas da água batendo nos cascos.


Quem vê os barquinhos a deslizar, no entanto, não imagina o trabalho que está por trás destas imagens: trabalhos de montagem: põe o mastro, põe a vela, regula, põe o barco na água, tira da água, tira a vela, tira o leme, tira o mastro, lava, cobre, guarda, treina para as regatas e muito mais.

A trabalheira da manutenção é outro capítulo de um bom velejador, verificando sempre se está tudo em ordem para não ter problemas durante as competições.
Para fazer a manutenção e os consertos de eventuais quebras é preciso muita habilidade. Para isto, no clube de iatismo que frequentei a vida toda (YCSA) havia uma figura ímpar, Oscar Weckerle, que conseguia ser bem-humorado e rabujento ao mesmo tempo, falava alemão e português misturado e gostava de uma boa cerveja.

Não sei da biografia completa de Weckerle, pois não era de contar, mas sei que lá pelos anos 60 tinha um chaveiro em Santo Amaro  e dizia-se que era ótimo arrombador de cofres e que fora caçador de minas na Segunda Guerra Mundial. Lá pelas tantas fechou sua lojinha e, como não era nada rico, passou a morar nas dependências do clube e a se destacar em consertos e manutenção dos barcos. Era muito habilidoso e atendia a todos sempre chamando todo mundo de “menino”ou “menina”, fosse jovem ou velho. Não fazia distinção entre os mais feras  da vela ou apenas os “domingueiros”. Para qualquer estrago tinha uma solução: manejava as ótimas ferramentas que possuía e entrava em ação: parafusar, rebitar, lixar, colar, apertar, escarear, esticar, regular, prender, furar, rosquear, soltar, e muitos etceteras.

Especializou-se tanto na manutenção de barcos a vela que logo seguiu inusitada carreira: passou a acompanhar a delegação brasileira de vela, seus meninos, aos Jogos Olímpicos e PanAmericanos. Tinha sempre mil histórias para contar: nos Jogos de Moscou em 1980 a vela ficou sediada em Tallin (Estônia), no mar Báltico. Os meninos brasileiros chegaram de madrugada e a russa responsável pelo alojamento negou-se a deixá-los entrar e não adiantava mostrar credenciais ou passaportes. Estava irredutível. Weckerle resolveu a questão: apanhou um punhado de bombons Sonho de Valsa de sua mochila, colocou nas mãos da sargentona e a porta se abriu.
No PanAmericano de Caracas a vela ficou sediada numa cidadezinha sem muitas regalias e os velejadores sofreram um bocado com o calor, aridez quase desértica do lugar e com a falta de água potável. Weckerle sentiu-se responsável pelo bem estar dos meninos brasileiros: arranjou uma bicicleta (sempre conseguia arranjar tudo) e todas as manhãs partia para longe para buscar água. E já era idoso!!
Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles de 1984, houve problemas na volta, o avião da Varig estava lotado e Weckerle correu risco de ficar de fora: atazanou tanto a tripulação e o comandante do vôo, misturando alemão e português, que acabou sendo levado na cabine dos pilotos da aeronave. Não duvido que tenha aproveitado para consertar algo no cockpit.
Viajou muito com nossas delegações e sempre se fazia acompanhar de sua oficina-móvel: meu pai projetou e construiu-lhe um armário-oficina com rodas, cheio de gavetas e compartimentos para as peças e ferramentas que, quando tinha de viajar, era coberto por um tampo de metal com cadeado. Um trambolhão. Fico imaginando o espanto dos agentes das alfândegas por onde passou. Em todos os lugares que ia aproveitava para comprar ferragens e ferramentas, sabendo exatamente em quais países havia o melhor. Trazia tudo na oficina-móvel.
Quando voltava ria satisfeito porque os meninos quase sempre traziam medalhas.
Por sua competência e bom humor era muito querido entre todos os velejadores. Certa ocasião o COB aventou a hipótese de levar outra pessoa como mecânico de manutenção no seu lugar para uma Olimpíada. Os iatistas rebelaram-se e lá foi ele novamente.
Viveu décadas no clube e também se envolvia na manutenção do lugar. Um dia resolveu consertar algo no telhado do hangar dos barcos, exatamente sobre sua oficina, escorregou, caiu e morreu em meio aos barcos de que tanto gostava.
Fizeram-lhe bonita homenagem: batizaram as regatas seletivas nacionais para o mundial da classe Star de "Taça Oscar Weckerle"

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

IGC

É um bairro arborizado, com belos prédios, ótimo comércio e ruas com nome de pássaros e tribos indígenas. Batizado de Moema, é considerado bairro nobre na zona sul de São Paulo.
Difícil, porém, é caminhar pelas suas ruas. Como é bairro de alto adensamemto populacional e, calculo, que para cada vinte habitantes haja cinco cachorros é preciso ser atleta especializado em desvio de obstáculos, digo cocô, para sair impune das calçadas. Sem falar no xixi da cachorrada.
Diariamente as calçadas apresentam, metro a metro, os sinais dos cães que já passearam por alí. Alguns donos dos cachorros até usam saquinhos plásticos para colher o que seus animaizinhos “descomem” mas jogam os saquinhos um pouco adiante!! É verdade.
Em Moema ninguém mais tem a chance de escorregar na maionese ou no tomate, escorrega antes nos montinhos.
Os condomínios gastam fortunas para lavar as calçadas periodicamente gerando enorme desperdício de água.
Os corretores de imóveis deveriam criar um medidor de excrementos nas calçadas, “Índice Geral de Cocô”, IGC, para oferecer seus serviços: quanto menor o índice, maior valor terá o imóvel.
Falta de educação cria muitos obstáculos...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Mapa-mundi da amizade

Um usuário, Paul Butler, usou algoritmos e outros recursos e projetou em 2D as linhas de amizade de 10 milhões de usuários do Facebook:

Ganz schön blau: Die Welt, wie Facebook sie sieht

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Estudar prá quê?

O palhaço Tiririca, analfabeto funcional, e seus comparsas vão receber salário de R$ 26.723,13 como deputados federais a partir de fevereiro de 2011.
O aumento aprovado hoje é de 61,8 %! É muita cara de pau! Veja a vergonha.
Crianças, parem de estudar, cantem e dancem Florentina de Jesus e vão para o Congresso.
E os aposentados, óó...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Ataque

O caminho era longo. Caminhar do Planalto Paulista até Moema para a escola às vezes era bem penoso, mas meus irmãos e eu tínhamos de fazê-lo diariamente, indo e voltando. Lá pelos anos 50 as crianças iam sozinhas para a escola e nós, com idade de oito ou nove anos, não éramos exceção.
Só que a caminhada as vezes nos reservava algumas surpresas: lá pelo meio do percurso ensinado pela nossa mãe tinha uma pequena chácara que criava gansos e outros animais. Estes gansos teimavam em fugir da chácara para a calçada. Eu tinha um medo danado em passar por ali. Meus irmãos nem tanto ou fingiam. Diariamente eu os atormentava para procurarmos outro caminho. Eles riam da irmã mais nova.
Mas minhas súplicas acabaram tendo efeito. Meu irmão resolveu seguir a figura de um pequeno quadro infantil que havia  no nosso quarto que retratava uma menina com uma vareta na mão guiando gansos. O quadro era bonitinho, bem infantil e na nossa imaginação era isso que deveria ser feito: guiar os gansos de volta para a chácara para eu passar. Armamo-nos com uma varetinha e seguimos confiantes para tirar os gansos do caminho.
O problema foi que os gansos não conheciam o código de conduta do nosso quadrinho e se sentiram ameçados pela varetinha que meu irmão empunhava: sofremos um grande ataque dos bichos com bicadas nas cabeças, nucas, pernas e traseiros. Doeu muito e voltamos para casa estropiados.
Minha mãe deu autorização para que mudássemos o caminho para a escola.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Quando a publicidade aprendeu a andar

Eram sujos, esfomeados e com roupas remendadas e o futuro da propaganda. Entalados entre duas placas, desempregados eram contratados, por volta de 1880, como postes ambulantes.
Os homens-sanduíche revolucionaram a propaganda estática nos postes. Podiam correr atrás dos potenciais consumidores, carregando grandes placas anunciando os produtos. Esta nova estratégia de publicidade revolucionou a propaganda na época e tornou-se assunto do momento nas cidades.
Rapidamente foram sendo sofisticados: recebiam lanternas na cabeça para a noite, vestiam caixas, fantasias, carregavam enormes guarda-chuvas e  faziam propaganda de produtos, partidos políticos, peças de teatro, etc.
Recebiam muitas críticas também por serem sujos e maltrapilhos e na Alemanha não podiam caminhar nas calçadas e trabalhavam por 1, 25 marcos/dia, esgueirando-se entre as carruagens e posteriormente automóveis.
Não se sabe quem inventou estes homens sanduíche mas já em 1854 foram vistos em Berlim.
Hoje os homens sanduíches são os que vestem roupas com a propaganda de sua grife ou produtos de sua preferência, esportistas cobertos de logos de patrocinadores, etc.
(Isto é  um resuminho traduzido desta interessante matéria do site da revista Spiegel. Para quem lê em alemão aqui está. Prá quem ainda não lê tem fotos muito interessantes que mostram a criatividade da época.)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Quiqué isso, companheiro?

Frase do Lulaadoromicrofone sobre a prisão do Assange, do WikiLeaks:
“Estranho é que o rapaz que estava desembaraçando a diplomacia americana... Ele foi preso e eu não estou vendo protesto contra a liberdade de expressão. É engraçado.”
Confundiu tudo e a galera gostou...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Confusões a vista!

Eu sou uma vítima do meu número de telefone.
E agora que a Anatel estuda aumentar um dígito nos celulares de São Paulo e ameaça usar o 5 estou com medo (aqui). O meu telefone fixo começa com 5.
Lá pelo início dos anos 90 a TV Record tinha um programa evangélico que começava de madrugada e ia até de manhã. Os bispos da Igreja Universal do Reino de Deus ficavam lá falando um monte de asneiras e conclamavam os telespectadores a ligarem para o programa exibindo vários números de telefone nos caracteres da tela. Um deles era o meu! Começou meu calvário: as pessoas não paravam de me ligar a noite toda, ligavam a cobrar, mandavam mensagens de paz e amor, queriam choramingar... Fiquei meses sem dormir. Liguei várias vezes para a produção do programa para avisar do número errado e reclamar da falta de sossego. A resposta era sempre a mesma: “vou ver o que posso fazer”! Cheguei a instalar uma secretária eletrônica com mensagem bem sem-vergonha mas não adiantou nada, pois ligavam a cobrar. Minha conta nunca foi tão alta.
Depois de um tempo eles realmente mudaram os caracteres. Ufa, pensei, meu sossego voltou. Ledo engano. Depois de um tempo começaram a reprisar programas antigos e lá estava o meu número. Este suplício durou mais ou menos um ano! Nunca algum bispo me pediu desculpas.
Um bom tempo depois, numa manhã de domingo, por volta das 7 horas o telefone começou a tocar, e as pessoas perguntavam se tinha Gol, Fiat e outros carros para vender. Não entendía nada. Lá pelas 9 da manhã ligou um sujeito confirmando meu número e perguntando se eu havia recebido ligações sobre venda de carros. Confirmei.
E ele : - a senhora anotou algum recado?
- Não! espantei-me
- É que eu tenho uma revenda de automóveis e fiz um anúncio no Estadão e por engano saiu o seu número. A senhora poderia anotar o meu número e repassar aos clientes?
- Infelizmente não posso pois estou de saída, informei-lhe.
O diálogo prosseguiu pois o moço queria enviar um sujeito para ficar na minha casa para receber os telefonemas. Claro que não aceitei. As ligações continuaram por uns tres dias.
Em outra ocasião ligou-me uma tal Shirlei informando que estava inaugurando uma loja de presentes aqui em Moema, onde moro, e fez convites e cartões de visitas e só depois de prontos verificou que o número estava errado. Era o meeeeu! Pediu-me educadamente se eu poderia anotar o número certo e repassá-lo a quem ligasse. Convidou-me também a passar na loja para ganhar um presente pelo favor prestado. Concordei. Só que tive sorte desta vez: ninguém ligou. Acho que a loja não durou muito e também fiquei constrangida em buscar o presente.
Sem falar que o número é parecido com o da Fonte Petrópolis e Xaranga Escapamentos.
Já experimentei jogar o meu número na Mega-Sena, mas aí não deu, né?

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Hospital, que medo!

Todo mundo está consternado com o que aconteceu com a menina Stephanie, que morreu num hospital na zone norte de São Paulo, porque recebeu vaselina líquida no lugar de soro na veia, por equívoco de uma atendente de enfermagem (aqui). A atendente enganou-se porque os frascos eram absolutamente idênticos e as etiquetas muito pequenas.
Agora está todo mundo discutindo a questão e as opiniões divergem. Acho que a atendente não deve levar a culpa sozinha pois o erro é de embalagem e isto deve ser creditado aos superiores e à administração da enfermaria, senão do hospital.
Não há quem não tenha ouvido falar ou viveu erros médicos ou de enfermagem em hospitais e pronto-socorros. Conheço muitos.
O mais grotesco aconteceu com meu filho no Hospital São Camilo, quando fez uma artroscopia no joelho: depois da cirurgia o médico, amigo meu, veio conversar comigo e deu as instruções pós-operatórias e não prescreveu nenhuma medicação até o final do dia. Aguardei o filhote voltar, que veio dormindo ainda meio anestesiado. Demorou a acordar. Eu queria ir ao banheiro, mas por alguma razão mais forte do que eu, (ô, instinto de mãe!), não fui e fiquei zelando pelo seu sono. Dali a pouco entrou uma atendente, rindo e apressadinha, que queria aplicar-lhe uma injeção.
Interpelei-a dizendo que o médico não havia dito nada sobre isso e ela insistiu. Pedí para ver a papeleta que ela trazia e verifiquei que o nome do paciente era Miguel. Meu filho chama-se Ingo. Mostrei-lhe o engano. E ela, ainda rindo, constatou “ah, desculpe, acho que errei de quarto. Eu sou nova aqui”.
Não sei qual remédio ia aplicar mas será que teve noção do estrago que poderia provocar?
Me arrependo  até hoje de não tê-la denunciado à sua chefe.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Assim caminha a humanidade


A TV Globo está fazendo uma interessante série de reportagens sobre os rios e mananciais paulistas, “Flutuador”.
 No ano passado fez aproximadamente 280 matérias sobre o rio Tietê, desde a nascente em Salesópolis, atravessando a região metropolitana de São Paulo até a barragem de Jupiá no rio Paraná, medindo a oxigenação da água através de um flutuador/medidor rebocado por um barquinho inflável a remo conduzido por Dan Robson. A poluição e o lixo verificado na região metropolitana foi assustadora e ameaçadora.
Este ano a emissora está fazendo igual conjunto de reportagens, mas sobre os mananciais de água de beber da população da metrópole. Começou pela outrora bela represa Billings. O simpático Dan conduz o barquinho e o flutuador por todas as baías e braços da represa, beirando as margens e encontra lixo, muito lixo, algas que evidenciam a forte poluição das águas, automóveis  submersos e todo tipo de detritos. Há partes da represa em que a água está morta, sem oxigenação nenhuma. Surpreendentemente ainda há pedaços de margens, com sítios e hortas, em que a água ainda é limpa.
A Billings é grande e as reportagens diárias sobre a viajem do flutuador ainda se estenderão por um bom tempo. Dá para acompanhar pela TV ou pelo site da Globo.
Aguardo com muito interêsse as reportagens que virão sobre a represa Guarapiranga, região sul de São Paulo, que conheço muito bem dadas as minhas atividades no esporte do iatismo. Sou do tempo em que a represa era tão limpa que ninguém levava água no barco, bebia-se da represa mesmo. Hoje está tão degradada que dá medo de colocar os pés. Os barcos voltam das regatas com marcas de linha d`água toda suja, gordurosa, enlameada. É preciso lavá-los com água potável!
E é a água que abastece a população. Dá medo, muito medo.
A podridão e a sujeira, os esgotos, os lixos nos cercam por todos os lados. Sempre que vejo estas reportagens penso imediatamente na degradação do ser humano e meu pensamento vai direto ao excelente documentário Ilha das Flores que retrata bem esta situação:  




terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sua boa estrela

Meu pai era um fanático pelos automóveis Mercedes Benz. Quando via um carro desses na rua cultuava-o como uma divindade. Dizia que nada era mais perfeito.
Lá por 1960 conseguiu realizar seu sonho de possuir um: comprou um modelo de 1936, acho, importado e a diesel. Já tinha um formato moderninho, mais ou menos do Monza ou do Voyage. Reformou-o todinho, era muito craque nisto, deixando-o perfeito. Causava espanto e incredulidade nos postos de gasolina pois ia direto à bomba de diesel, naquela época só para caminhões e, no seu falar todo enrolado, explicava e mostrava o carro para as pessoas que acorriam para vê-lo.
Em 1963 viajou para a Alemanha, não sem antes de recomendar muito cuidado com seu xodó, sem dar autorização para meu irmão dirigí-lo.
Ocorre que 1963 realizaram-se os Jogos Pan-Americanos aqui em São Paulo e o meu clube (Yacht Club Santo Amaro), à beira da represa Guarapiranga, foi a sede náutica do evento. Velejadores de todos os países americanos, regatas disputadíssimas, pessoal animadíssimo. Foi lindo.
Ao final houve uma grande festa, com direito a escola de samba, muita farra e paquera.
 O que fizemos meu irmão e eu? Fomos à festa com o carro do papai, lógico. E... na volta meu irmão bateu a Mercedes querida ao não acertar o portão de casa. Avariou seriamente o pára-choque dianteiro esquerdo.
Poucos dias depois meus pais voltariam da viajem pelo aeroporto de Viracopos, perto de Campinas. Ficara combinado que nós os buscaríamos.  Não dava tempo de mandar consertar  e acho que nem tínhamos dinheiro para isto. Pedimos socorro ao nosso tio bonachão que se prontificou a nos levar para Campinas, estacionar de ré na saída do desembarque e distrair o nosso pai de tal forma que, ao guardar as malas, ele não tivesse a idéia de ir para frente do carro, para que a bronca sísmica só viesse já em São Paulo.
Tudo pronto para a recepção e a postos para a distração. Meu pai saiu da ala de desembarque sorrindo maliciosamente. Não se deixou distrair, nem nos cumprimentou e foi igual a uma flecha ver o estrago do carro.
Só aí percebemos que ele tinha um poderoso binóculo pendurado no pescoço e  durante o pouso do avião ficou escaneando o estacionamento para localizar o carro e viu o estrago já lá de cima!
Nossa sorte foi que ele estava de ótimo humor e achou graça das nossas armações. Ufa, a bronca não foi tão grande.



segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Tudo junto e misturado

Caí nas redes sociais.
Um verdadeiro tsunami. Incrível como funciona este Facebook: ao entrar pela primeira vez apareceram dúzias de telas com nomes de gente de quem eu não tinha notícias há anos. E muita gente desconhecida também. Como isso é possível?
Alertada por um amigo, tomei os devidos cuidados e só convidei amigos e parentes. Mesmo assim, mal dou conta de falar com todo mundo. Teria de ficar no computador o dia inteiro. Incrível como se pode ter contato diário rápido, informal ou não, fazer fofocas se quiser, brincar, postar fotos, etc. Isso também pode ser bem perigoso, claro.
Imagino que a produtividade nas empresas, que não o bloqueiam, caiu bastante pois o pessoal deve brincar um bocado nessas redes. Agora entendo melhor quando lia que é uma excelente ferramenta de marketing.
No Estadão de hoje saíram várias reportagens sobre o Facebook e a notícia mais espantosa é que já tem mais de meio bilhão de cadastrados ativos sendo considerado o maior site do mundo valendo hoje 1 trilhão de dólares . Começou em dezembro de 2004 com um milhão de usuários universitários.
E eu só entrei agora, ha ha ha! Atrasadinha e deslumbrada.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Ele leu?

Segundo o Estadão de hoje o Lula, durante os oito anos de governo, recebeu mais de 800 mil cartas.
Mas ele disse que ler lhe dá azia!

Helicóptero prá todo mundo!

Começou a temporada de alagamentos na região metropolitana de São Paulo. Aliás, nas outras cidades também.
Todo ano são as mesmas imagens, as mesmas situações, só aumentam os locais. A cada temporal as cidades ficam debaixo d`água, automóveis flutuam, pessoas são obrigadas a se pendurarem em muros e árvores ou tentar sair dos carros submersos. E o lixo flutuando, entupindo os bueiros e aumentando a confusão.
Tenho dó dos prefeitos que correm atrás dos problemas, não conseguem solucioná-los e são atropelados pelo vertiginoso crescimento da metrópole e da falta de educação do povão.
Um dos motivos porque parei de dirigir carro foi o pânico que sentia ao ver o céu preto e a ameaça de alagamentos. Agora ando de “busão” e de táxi e, acreditem, ficou bem mais barato e meu nivel de stress diminuiu muito. Não sinto mais medo ao sair em dia de anunciada tempestade.
Um dos motivos da origem do meu pânico aconteceu no Rio de Janeiro no final dos anos 80, quando levei meu filho para competir no Campeonato Brasileiro de Optimist (uma categoria do iatismo) e aluguei um apartamento na lagoa Rodrigo de Freitas e tinha de dirigir todos os dias até a Ilha do Governador. Era janeiro e chovia torrencialmente todo final de tarde. Tinha de voltar com três crianças a bordo pela avenida Brasil, uma verdadeira arapuca em dia de enchentes. Em dias normais também. Formava-se um imenso rio e eu tentava dirigir na marola dos ônibus. Só que outros carros também queriam pegar o espaço, para não saírem flutuando e eu tinha de ficar grudada nos ônibus ou caminhões para prosseguir viajem. Rezava para que nenhum parasse. Era um caos. Não se podia parar em algum acostamento e esperar pois se era assaltado!! Fico com o coração pulando só de lembrar.
Será que estas cidades e este povão, jogador de lixo, tem jeito?
Só voando de helicóptero...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

ENEMgúmeno

Parece que o ministro Fernando Haddad, campeão de erros no Enem, vai permanecer com a pasta da Educação no novo governo.
Tadinho dos estudantes.
Mas é um gato...

Feliz Natal

30% dos preços da ceia de Natal são de impostos!
Relaxa, você também vai engordar.

Fim do mundo news

A bactéria californiana sobrevive com arsênico.
Os suicidas estão preocupados.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Hoje é dia...

...de faxina
que sina
esfrega, esfrega
uma refrega
varre, varre
arre
lava, passa
tudo amassa
geladeira
escumadeira
panelas
janelas
limpa o fogão
lava o chão
estraga a mão
aspira, aspira
a sujeira inspira
tirá o pó
ninguém tem dó
esfrega os azulejos
pensa nos desejos
o lixo põe prá fora
a reciclagem é da hora
lava a pia
que agonia
moro num apart-ovo
e nada fica novo

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Crise ortográfica

Quando era menina eu achava que os acentos enfeitavam as palavras e me empenhei em aprender bem esta questão para enfeitar tudo certinho. Hoje não sei mais nada...
Fui alfabetizada já em português e era considerada boa aluna na matéria. Quando fiz exame de admissão ao ginásio estadual passei em ótima classificação. Digo isto apenas para me credenciar a afirmar que sabia acentuar.
Sou do tempo em que substantivo quando virava advérbio recebia acento grave. Explico: invariável (substantivo), invariàvelmente (advérbio). As gerações mais novas nunca viram isto, né não?
Depois que concluí oss estudos, vieram algumas reformas ortográficas da língua portuguesa. Eu nem sei dizer se foram duas ou três. O grande problema é que fixei muito fortemente o que aprendí na infância e, já na idade adulta, cheia de tarefas, estudos, trabalho, filho, casa, esportes, problemas, etc., etc., não dei mais a devida atenção a estas modificações. Nem as decorei.
 Muito recentemente tivemos uma reforma que tirou o acento agudo das palavras terminadas em eia: ideia. Achei estranhíssimo. Meu dedo acentua automaticamente, igual ao dedinho de gay segurando a xícara. Que tenham tirado o trema, tudo bem, ninguém mais usava mesmo.
 Ôps, que insegurança, ninguém tem acento ou caiu também?? E aí reside o meu grande problema, o que caiu, o que não caiu... É tombo atrás de tombo. Ainda bem que tenho um amigo que é ótimo ortopedista.
E o hifen, hein? O Professor Pasquale já decorou as novas regras?
Confesso que tenho imensa preguiça (o trema caiu, tenho certeza, ou não?) em sair  pesquisando e estudando as reformas para escrever aqui corretamente. Ai, ai, ai
Ora, direis – instale um corretor ortográfico!!!! Mas quem me garante que o corretor sabe tudo? Já ví cada barbaridade desses corretores.
Deveria haver limite de idade para aprender as novas regras. Está elencado  no Estatuto do Idoso?

terça-feira, 30 de novembro de 2010

"Eu fim do Alemanha de náávio"

O meu pai, já falecido há décadas, nunca aprendeu o português corretamente pois não teve oportunidade de frequentar escolas ou cursos por aqui em meados de 1950. Logo que desembarcou precisou ganhar o sustento da família.
Mas nunca se acanhou em falar, tudo engraçadamente errado, com todo mundo. Teve, no entanto, a esperteza de ter sempre alguém por perto quando precisava se comunicar por escrito, seja filha, secretária ou outros. Explicava o que queria escrever e confiava que tudo saísse corretamente.
Contava para todos nossa viajem de navio da Alemanha para cá, num cargueiro holandês, absolutamente nada luxuoso. Nada de cabines individuais: havia um alojamento para homens e outro para mulheres, um refeitório comun e nada mais.
Como era um cargueiro, trazia no convés engradados com vacas que foram levadas para Holambra, perto de Campinas (SP), onde os holandeses fundaram a comunidade. No navio havia vários holandeses e um padre que falava alemão. Muito legal, esse padre. Como nós crianças estávamos muito magras, porque estávamos saindo da grande fome do pós guerra, esse padre sempre pedia ao cozinheiro que nos preparasse bastante mingau de semolina com chocolate granulado, que não conhecíamos e adoramos. A viajem durou aproximadamente 30 dias. Chegamos gordos.
O navio fez uma parada no porto de Aracajú e pudemos desembarcar. Meus irmãos e eu, loirinhos, fomos perseguidos pelos estivadores do porto que queriam passar a mão em nossos cabelos, achando que éramos anjinhos. Morremos de medo e o padre, que falava português também, intercedeu e nos explicou o porquê da perseguição. Concordamos em ser anjinhos por um tempinho. Perto do pier havia um carregamento de bananas ainda verdes esperando embarque e quando olhamos gulosamente para elas, ganhamos um cacho inteiro. Comemos as bananas ainda verdes e seguimos viajem e tivemos uns dois dias de óbvia dor de barriga.
A parada seguinte foi o Rio de Janeiro. Entramos ao primeiro amanhecer na baía de Guanabara e foi a coisa mais linda que ví:  a baía toda descortinada à nossa frente, o céu rosa-alaranjado, as luzes da cidade aos poucos se apagando, o Pão de  Açúcar, o Corcovado e o verde em volta da cidade, muito verde. Os morros ainda não estavam ocupados naquela época. Foi emocionante. Passeamos um dia inteiro na bela cidade.
Seguimos viajem e desembarcamos em Santos que naquela época não era lá essas coisas onde um irmão do meu pai nos esperava e que estranhou ver as crianças gordinhas.
Pois é, “eu fim do Alemanha de náávio”.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Um pé em cada canoa

Eu sou alemã. Está no sangue e embora eu já esteja tropicalizada há seis décadas eu ainda sou uma brasileira “meia-boca”. Não consigo negar o germânico que existe em mim. Nas mais corriqueiras atividades ou situações o ser alemão aparece contrapondo-se ao brasileiro. E eu só viví dos 0 aos 6 anos de idade na Alemanha!
Quer ver? No Brasil, quando você pede providências a alguém que tem obrigação de executá-las, ele invariavelmente responde “vou ver o que posso fazer”. O meu lado alemão me impele a questioná-lo mas o meu lado tropical, já treinado, imediatamente entra em ação, aceitando esperar.
Principalmente no convívio social e de trabalho um alemão diz o que pensa, mesmo contrariando seus interlocutores. O brasileiro sempre procura agradar disfarçando o que está pensando. O hilário é que eu até hoje não sei qual atitude prefiro.
Um alemão acata de pronto as leis que lhe são impostas, um brasileiro prefere aguardar uma fiscalização.
O brasileiro ama e apregoa o “jeitinho” em qualquer circunstância e ainda se orgulha disto. Vá tentar isto com alemães.
Depois dizem que eu sou brava...

Guerra no Rio de Janeiro

Todos estamos estupefatos com o que está acontecendo no Rio de Janeiro.
Porém, eu me pergunto:
- porque deixaram chegar a este ponto?
- porque só agora estão tomando providências?
- porque de repente as polícias civil, militar, exército, bope, aeronáutica, etc., resolveram se entender?
- esta “limpeza” persistirá até a Olimpíada?
- para onde estão fugindo os criminosos? São Paulo deve armar barreiras para que não seja invadida por eles.
O crime e o tráfico lá existem há décadas e, pelo que parece, então havia leniência com o desmando, conluio com os criminosos. Sabe-se há muito que as polícias agiram com corrupção e as coisas chegaram à situação de hoje.
Com a palavra os Srs. Governadores do estado. Infelizmente o Brisola já morreu e não pode mais dar explicações.  

domingo, 28 de novembro de 2010

Prá que serve a Olimpíada

Acredite se quiser: há pessoas que questionam a importância do maior evento dos esportes em geral, a Olimpíada. Não faz muito tempo recebí um texto de um senhor que dizia ser mais interessante observar o seu cachorrinho apanhar uma bola jogada do que ver os esforços dos atletas na televisão!! Houve outro que dizia que nunca mais assistiria uma abertura de Olimpíadas porque a última, na China, não mostrou a história da ditadura!! É verdade!!
Respondí aos dois que a Olimpíada, seja de inverno ou de verão, representa o ápice dos esforços de todos os atletas mundiais, esforços diários de suado e solitário treinamento, dedicação, desejo de superação dos limites e metas, rigorosa observação das regras de cada competição de que participam, dificuldades financeiras na maioria das vezes, abstenção de muitos prazeres sociais, busca incessante de melhorias.
A classificação para as competições locais, regionais, nacionais e continentais vão proporcionando aos atletas a escalada para a competição  maior, a sonhada Olimpíada. Muitos ficam pelo caminho mas pelo que pude observar na minha vida envolvida pelo esporte do iatismo, pouquíssimos desistem nas diferentes modalidades esportivas.
E esta é a questão: ter a disciplina de não desistir. Competir sempre. Ter o prazer da vitória e aceitar a derrota e participar sempre. Este é o espírito esportivo. Os atletas são formados desde a infância, obtêm conhecimento do esporte, das regras, da necessidade de exercícios físicos, etc. e vão sendo educados dentro do esporte escolhido assim como para a vida.
Aí está: esporte é educação e isto o Brasil precisa muito.

Penso, blogo, existo

Resolví, como tanta gente, também criar meu blog. Perdí meu último emprêgo em agosto de 2009 e agora sou uma aposentada procurando o que fazer.  Tenho minhas tarefas diárias, rotinas, assuntos corriqueiros e hobbies que são tapeçaria e leitura. Adoro ler. Mas para quem estava costumada a usar a cabeça para prduzir resultados no trabalho isto é muito pouco pois gosto de pensar e o faço até quando executo as tarefas mais simples e caseiras. Assim, resolví blogar, pois se não blogo não existo? É bem verdade que terei de me exercitar bastante na escrita para tornar-me agradável aos eventuais e bem-vindos leitores mas o farei, ah! se farei.
Fiquei algum tempo sem internet em casa e sentí-me desplugada do mundo. Incrível como tudo tem a ver com a internet e, quando se está fora dela, parece que está faltando  algo. Assim, resolví aparelhar-me tecnologicamente e aqui estou eu me apresentando ao mundo virtual com meus pensamentos, minhas histórias, minhas vivências e meu cotidiano.
Pensando bem, é assombroso como se fala ao mundo e todos se comunicam com todos através de uma maquininha plugada nuns fiozinhos. Eu, com mais de seis décadas de vida, ví os primeiros computadores no Brasil. Gente, eram uns monstros do tamanho de um andar de prédio médio, faziam um barulhão, trabalhavam com cartões perfurados com o sistema binário (nunca entendí) e o máximo que o pessoal das empresas conseguia fazer com êles era a folha de pagamentos. Sério!
Nesta época, início dos anos 70, já começou a aparecer literatura afirmando que surgiriam computadores pequenos, que poderiam ser levados para casa e que todo mundo se comunicaria com todo mundo através deles. Eu achava pura ficção científica e achava também que nunca me aproximaria de uma máquina infernal destas.
Ha, ha, ha, aqui estou, pois lá pelas tantas perdí o medo, resolví aprender, não tive vergonha de perguntar, pesquisei, estudei e agarrei as novas ferramentas que foram aparecendo e me beneficiei no meu trabalho diário. E agora usarei a informática por pura diversão.