sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Confusões a vista!

Eu sou uma vítima do meu número de telefone.
E agora que a Anatel estuda aumentar um dígito nos celulares de São Paulo e ameaça usar o 5 estou com medo (aqui). O meu telefone fixo começa com 5.
Lá pelo início dos anos 90 a TV Record tinha um programa evangélico que começava de madrugada e ia até de manhã. Os bispos da Igreja Universal do Reino de Deus ficavam lá falando um monte de asneiras e conclamavam os telespectadores a ligarem para o programa exibindo vários números de telefone nos caracteres da tela. Um deles era o meu! Começou meu calvário: as pessoas não paravam de me ligar a noite toda, ligavam a cobrar, mandavam mensagens de paz e amor, queriam choramingar... Fiquei meses sem dormir. Liguei várias vezes para a produção do programa para avisar do número errado e reclamar da falta de sossego. A resposta era sempre a mesma: “vou ver o que posso fazer”! Cheguei a instalar uma secretária eletrônica com mensagem bem sem-vergonha mas não adiantou nada, pois ligavam a cobrar. Minha conta nunca foi tão alta.
Depois de um tempo eles realmente mudaram os caracteres. Ufa, pensei, meu sossego voltou. Ledo engano. Depois de um tempo começaram a reprisar programas antigos e lá estava o meu número. Este suplício durou mais ou menos um ano! Nunca algum bispo me pediu desculpas.
Um bom tempo depois, numa manhã de domingo, por volta das 7 horas o telefone começou a tocar, e as pessoas perguntavam se tinha Gol, Fiat e outros carros para vender. Não entendía nada. Lá pelas 9 da manhã ligou um sujeito confirmando meu número e perguntando se eu havia recebido ligações sobre venda de carros. Confirmei.
E ele : - a senhora anotou algum recado?
- Não! espantei-me
- É que eu tenho uma revenda de automóveis e fiz um anúncio no Estadão e por engano saiu o seu número. A senhora poderia anotar o meu número e repassar aos clientes?
- Infelizmente não posso pois estou de saída, informei-lhe.
O diálogo prosseguiu pois o moço queria enviar um sujeito para ficar na minha casa para receber os telefonemas. Claro que não aceitei. As ligações continuaram por uns tres dias.
Em outra ocasião ligou-me uma tal Shirlei informando que estava inaugurando uma loja de presentes aqui em Moema, onde moro, e fez convites e cartões de visitas e só depois de prontos verificou que o número estava errado. Era o meeeeu! Pediu-me educadamente se eu poderia anotar o número certo e repassá-lo a quem ligasse. Convidou-me também a passar na loja para ganhar um presente pelo favor prestado. Concordei. Só que tive sorte desta vez: ninguém ligou. Acho que a loja não durou muito e também fiquei constrangida em buscar o presente.
Sem falar que o número é parecido com o da Fonte Petrópolis e Xaranga Escapamentos.
Já experimentei jogar o meu número na Mega-Sena, mas aí não deu, né?

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