terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Bibliotecas

Entrar numa biblioteca e deparar-se com uma montanha de livros é uma delícia, não é?
Eu trabalhei durante uns quarenta anos em bibliotecas técnicas empresariais e gostei bastante. Mas o grande problema de toda e qualquer biblioteca é sempre o espaço. Quando é biblioteca dinâmica ou seja, compra muitos livros e periódicos, o problema é sempre maior.
Isto sempre leva a mudanças físicas. E é sobre isto que quero desabafar.
Em todos os meus empregos, sem exceção, lá pelas tantas tive o azar de ter de organizar mudanças físicas. Um terror. Se já a mudança de uma casa é difícil, imagine uma biblioteca em que nada pode sair da ordem e tudo tem de ser organizado o mais rápido possível para que não se interrompam os trabalhos.
Tive sete empregos e nos sete tive de fazer mudanças da biblioteca que dirigia. No último, na Gazeta Mercantil, foi ainda pior pois tive de fazer três mudanças de todo o acervo  e hoje está destruído porque o jornal faliu. O acervo era enorme mas tive sorte poque meus auxiliares eram muito bons.
Organizar para que nada saia da ordem é uma arte e fazer com que os carregadores das empresas de mudanças entendam é um sacrifício. Mesmo assim acaba-se conseguindo e as vezes eu mesma me perguntava como é que dava certo. 
Amarrar os livros, revistas, relatórios, etc.,  numerar, encaixotar, identificar, rezar para que nada seja perdido ou danificado, desmontar as estantes, montar no novo local, aguardar as caixas, ordená-las, abrir, calcular os novos espaços, recolocar tudo nos seus novos lugares, conferir...  
Ufa, só de lembar fico cansada e nervosa. E lembro também das unhas destruídas.
Estas mudanças são uma das agruras da profissão de bibliotecária.

Um comentário:

Alberto disse...

Só de ler já fiquei cansado! Ufa!