quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mico

Quando eu era criança e frequentava o primário ia com meus irmãos de bonde ao colégio.
Morávamos em Socorro, Santo Amaro e íamos até Moema. O bonde trafegava onde hoje é a Av. Vereador José Diniz e eu gostava do passeio por meio das árvores, algumas conservadas até hoje.
Acontece que naquela época havia um estranho hábito entre os moleques e jovens. Quando o bonde chegava nas paradas o motorneiro, (era assim que se chamava o condutor do bonde) abria as portas antes de parar por completo e era costume alguns homens, ou moleques pularem com o bonde em movimento e sair correndo para não cair.
Meus irmãos também desenvolveram esta habilidade e o praticavam e eu ficava fascinada.
Talvez já dominada por um feminismo latente, do tipo o que os homens fazem eu também sou capaz, em pleno Largo Treze de Maio, em Santo Amaro, resolvi pular também assim que as portas se abriram.
Ai, meu deus, pulei e me estatelei no chão e me esfolei toda. Me senti como um elefante em queda e morri de vergonha quando juntou gente para me acudir. Fiquei perplexa com minha falta de habilidade. Meus irmãos se mantiveram distantes para não participar do grande mico.
Nunca mais repeti a proeza e até hoje lembro com clareza da vergonha que passei.

Um comentário:

Santos Passos disse...

Bem feito! (brincadeirinha...)