quarta-feira, 30 de maio de 2012

Memória

A memória de um jornal tem de ser permanente porque registra a história do país.
Parabéns ao Estadão que conseguiu digitalizar todo o seu acervo, desde janeiro de 1875 até os dias atuais.
Durante minha estada de 11 anos no jornal Gazeta Mercantil tentei fazer o mesmo com o jornal de mais de 90 anos mas esbarrava sempre no fator custo. E olha que era o único jornal de economia e negócios da época e até mesmo professores da Unicamp vinham consultá-lo. E era um tal de folhear jornal em busca de matérias que estavam apenas na mente das pessoas. Era sempre um trabalho insano sem contar que o acervo físico ia se deteriorando a cada consulta. Somente após 1998 é que passamos a ter CDs da coleção, permitindo consulta sem usar papel.
O trabalho de digitalização de uma coleção tão grande é complicado. É preciso desencadernar as coleções sem danificá-las, verificar os diferentes tipos usados ao longo do tempo, tinta, papel-jornal, etc.
O scanner de digitalização tem de ser ajustado manualmente o tempo todo durante os trabalhos.
Quem tem uma coleção de jornais sabe que o pior papel-imprensa é da década de 70. Acho que havia proibição de importação e a qualidade era péssima. Hoje, quarenta anos depois, já estão deteriorados.
Não sei como o Estadão conseguiu superar todas estas dificuldades e enfrentar os altos custos.
Além da digitalização propriamente dita é preciso ter um ótimo software de busca sem o que nada tem sentido. Também nisto fizeram bonito. A pesquisa é ótima: por palavras e ou datas.
Vou resgatar matérias de várias décadas sobre a evolução do iatismo.
Aliás, em matéria de memória de grandes acervos vale registrar que a revista Veja também já digitalizou o seu acervo, disponível no http://veja.abril.com.br/acervodigital/, também muito bom.





Nenhum comentário: