quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ari

Morreu ontem em Santo André meu amigo e grande jornalista Ariverson Feltrin.
Era especializado em transportes e logística e nesse ramo não havia o que não sabia ou conhecia. Ia nas empresas e montadoras, conversava com os peões, conversava com os dirigentes sempre em tom intimista e sem a menor cerimônia. Era muito respeitado pelos empresários. Pesquisava e entrevistava sem parar. Chegava na redação às 4 ou 5 da tarde e escrevia suas matérias que invariavelmente rendiam capa e saía de madrugada.
Era conhecido pelo seu excelente humor, grande contador de causos, divertia-se com tôdas as situações e era adorado por todos. Caminhava pelas dependências do jornal mexendo com todo mundo e quando encontrava alguém de mau humor perguntava “feliz com a profissão que abraçou?”.
Atendia o telefone as vezes de modo peculiar:  “quem quer falar com quem?”. É clássico o seu modo de falar ao telefone, e falava muito, segurava o gancho com a mão esquerda no ouvido direito. Conseguia ficar horas nesta posição.
Acumulava uma imensa papelada em sua mesa e no seu carro e sempre dizia que um dia iria jogar tudo fora mas antes tiraria xerox.
Mesmo na fase mais negra do jornal Gazeta Mercantil mostrava seu otimismo incorrigível acreditando sempre que tudo se resolveria. Também pensava o Brasil desta forma. Coitado.
Sempre que ligava para mim não se identificava e dizia apenas Jawohl! E emendava o trabalho a ser executado. A seguir era garantida alguma piada e umas boas risadas.
Grande Ari...


Um comentário:

Santos Passos disse...

No jeito de segurar o telefone parece que era páreo pro Lipnik. De resto, pelo seu relato, deve ter sido de outra estirpe. Da boa.