terça-feira, 19 de abril de 2011

Mãe de velejador - 4

Tenho tantas lembranças na minha missão auto-imposta de mãe de velejador ou estimuladora do esporte que as vêzes me vem uns flashs de coisas que fiz das quais só posso dar boas risadas.
Lá prá 1986 o meu clube sediou um campeonato brasileiro de Optimist e deixei-me escalar para a secretaria do evento. Nunca gostei muito de fazer isto pois fica-se em terra fazendo inscrições, vendendo tickets de refeições e no final do dia ainda tem de calcular a súmula de uns 140 participantes. Sempre preferí fazer juria, no meio da tchurma. Mas assim foi.
Neste campeonato teve um dia livre de regatas para a garotada e conseguimos patrocínio da Scania (obrigada, meu amigo Hans Schluepmann) para lotar três ônibus e levá-los ao Zoológico que abriu só para nós. Eu resolví ser voluntária e ir junto com mais uns três adultos para o passeio. Como o campeonato é inter-estadual a molecada dos outros estados estava doidinha por êsse passeio.
Outra roubada!
A idade da garotada variava entre 7 e 15 anos. Os mais novos foram muito bonzinhos e educados. Já os mais velhos deram muito trabalho, principalmente os cariocas e os de Brasília.
Nunca ví tanta falta de educação. A minha sorte foi que um dos adultos, um pai de velejador da Paraíba, sujeito simpático e legal, revelou-se militar e dava uns assovios quando a bagunça extrapolava, deu umas broncas autoritárias nos moleques que então sossegavam e assim conseguimos chegar ao fim do passeio sem muitas baixas. Mas foi difícil e estressante.
Nunca mais fui voluntária para cuidar de tantas crianças. Deixei para os outros pais e voltei para minhas amadas jurias.

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