quarta-feira, 29 de junho de 2011

Um nome revelador

Em 1976 nasceu meu único filho e dei-lhe o nome Ingo. Era homenagem a um amigo e também porque achava que seria um nome alemão combinando com o sobrenome e também fácil para os brasileiros entenderem e grafarem. Nisto enganei-me redondamente. As pessoas confundem com Igor e o meu filhote se aborrece e não gosta do seu nome.
O mais estranho da história deste nome, porém, foi o meu pai reticente com a minha escolha. Até então não se metera em nomes de netos. Fiquei cismada e perguntei o porquê da má vontade com o nome do meu filho.
Contou-me então uma história escabrosa e patética.
Sempre nos dizia orgulhosamente que nunca compactuou com o nazismo, nunca se envolveu e nunca foi soldado. Foi para-militar na aeronáutica na época da guerra como já contei aqui.
Mas acabou revelando envergonhado, somente em 1976, que teve um primo distante  que foi de alta patente da SS alemã e ainda por cima era gay. Quando a SS descobriu seu homosexualismo foi encurralado numa sala perto da janela em prédio alto e deram-lhe um revolver e mandaram-no escolher: ou pula ou se mata com a arma. Pulou... O nome  dêle era Ingo!!
Achei engraçado associar um simples nome à figura.
Acho que hoje seria apenas tachado de cuecão de couro, né não?

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